por Joana Mourão Carvalho
A poucos dias de cumprir um ano de mandato – será na próxima segunda-feira, dia 3 de julho –, Luís Montenegro voou até Bruxelas para participar na Cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), que antecedeu o Conselho Europeu. E foi recebido com grande entusiasmo pela sua família política europeia. Acalentados pela maioria absoluta conquistada pelos conservadores do Nova Democracia na Grécia e esperançados numa vitória do PP em Espanha, o PPE deposita agora todas as suas fichas no presidente do PSD.
«Temos tempos animadores pela frente. O PSD vai ganhar, Portugal vai ganhar», escreveu o presidente da maior família política europeia, Manfred Weber, na descrição de uma fotografia, publicada no Instagram, na qual surge acompanhado do líder social-democrata.
Depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e mais recentemente a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, terem depositado a sua confiança numa vitória do PSD numas futuras eleições legislativas, agora é o presidente do PPE que aposta em Luís Montenegro para ser o próximo primeiro-ministro de Portugal.
Esta foi apenas uma de muitas reuniões bilaterais do líder laranja com Manfred Weber no último ano, mas acontece numa altura em que o PSD já começa a definir estratégias para as europeias que estão marcadas para junho de 2024 e que serão o grande teste da direção montenegrista, que já traçou como objetivo eleitoral ser o partido mais votado.
A realização do próximo congresso do PSD, prevista para maio de 2024, cairá em plena campanha para as eleições para o Parlamento Europeu. Mas a direção nacional do partido, sabe o Nascer do SOL, rejeita adiar a reunião magna, o que atiraria para mais tarde o processo eleitoral das diretas.
Eleito para um mandato de dois anos, Montenegro sujeita-se a eleições internas no PSD em 2024, e sendo reeleito, entra nos meses a seguir em modo de campanha eleitoral para as legislativas.
Num comunicado, em jeito de balanço, a que o Nascer do SOL teve acesso, o partido destaca que neste primeiro ano de mandato Luís Montenegro visitou 129 concelhos, 9 distritos e 5 países no âmbito da iniciativa Sentir Portugal, além de ter visitado, por duas vezes, a região autónoma dos Açores e, por três vezes, a região autónoma da Madeira.
Recebeu também em audiência na sede do partido mais de 100 entidades e ainda reuniu com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e o Líder do PP espanhol, Alberto Núñez Feijó.
Montenegro participou ainda em mais de 60 iniciativas partidárias, tendo a restante direção participado em mais de 100.
«A proximidade com o país e com o partido foi uma imagem de marca deste primeiro ano», refere o PSD na mesma nota.
Quanto às principais políticas públicas apresentadas, os sociais-democratas realçam a proposta para um Programa de Emergência Social, que tinha em vista a criação de apoios a famílias e empresas, para fazer face ao aumento do custo de vida, financiado por um Programa Extraordinário de Regularização de Dívidas Fiscais.
Saltam ainda à vista as propostas de IRS Jovem, cujo objetivo era aplicar uma taxa máxima de IRS de 15% para os jovens até aos 35 anos, bem como de redução do IRS_sobre as pessoas com menos rendimentos e sobre a classe média, até ao sexto escalão, e ainda a redução, de forma gradual, da taxa de IRC em 4 pontos percentuais: de 21% para 19% no primeiro ano, e de 19% para 17% no segundo ano.
O PSD destaca igualmente o pacote para a habitação, com o qual pretendiam agilizar os licenciamentos para construção nova e reabilitação, desagravar o IMT, Imposto Selo, AIMI, IMI e tributação de rendimentos prediais, entre outras medidas.
Apesar de não terem descolado nos estudos de opinião, os sociais-democratas entendem como um sinal positivo o facto de, em menos de um ano, o partido ter recuperado cerca de 10 pontos em relação ao PS. Depois da conquista há cerca de um ano e meio da maioria absoluta por António Costa, com quase 14 pontos de vantagem, o PSD encontra-se agora em empate técnico na casa dos 30%.