Embaixador israelita na ONU diz que refugiados palestinianos “não têm direito de regressar”

“Mas vou ser claro: o direito de regresso não existe e vocês sabem-no”, disse o representante diplomático aos membros do Conselho de Segurança e advertiu: “A exigência de regresso de milhões de descendentes de refugiados [equivale a] uma exigência para apagar o direito do povo judeu à autodeterminação, e isso nunca acontecerá”.

O embaixador israelita junto das Nações Unidas, Gilad Erdan, defendeu esta quinta-feira em Nova Iorque, que os refugiados palestinianos "não têm o direito de regressar" à Palestina porque tal põe em perigo a existência do Estado de Israel.

Numa das sessões regulares dedicadas à questão palestiniana e ao Médio Oriente no Conselho de Segurança da ONU, Erdan criticou a forma como a organização trata a questão, bem como a atuação da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente, que, sustentou, "perpetua o estatuto de refugiados".

O embaixador afirmou que os palestinianos enfrentam todo o tipo de obstáculos para regularizar o seu estatuto administrativo ou laboral nos países árabes onde se encontram. "São milhões, sobretudo no Líbano, na Síria e na Jordânia (…) porque, no fundo, alimentam a ideia de que um dia regressarão à Palestina", declarou.

"Mas vou ser claro: o direito de regresso não existe e vocês sabem-no", disse o representante diplomático aos membros do Conselho de Segurança e advertiu: "A exigência de regresso de milhões de descendentes de refugiados [equivale a] uma exigência para apagar o direito do povo judeu à autodeterminação, e isso nunca acontecerá".

No entanto, apesar de Erdan não o ter mencionado explicitamente, existe uma Lei do Retorno dos Judeus, emitida em 1950, pouco depois da criação do Estado judaico, que estabelece que qualquer judeu em qualquer parte do mundo tem o direito de emigrar para Israel e reclamar a cidadania.