É certo que a Jornada Mundial da Juventude, oficialmente, começou no dia 1 de agosto, mas os jovens peregrinos deram início às hostilidades uma semana antes, quando chegaram às dioceses do país, tendo dado um colorido diferente a cidades como Viseu, Tavira, Porto, ou localidades como Murtosa, entre tantas outras. O país inteiro encheu-se de colorido e de alegria dos participantes e praticamente não houve horas mortas em Lisboa, já que os jovens começavam as atividades cedo, mas depois seguiam para a área da diversão, nomeadamente no Cais do Sodré e no Bairro Alto.
No Estádio Universitário, tantas vezes ensombrado com as praxes académicas, viam-se jovens a praticar desporto, enquanto outros meditavam em conjunto. Aí, a juventude polaca dava mostras da sua dedicação à causa.
Mas a aparição do Papa em Lisboa ficou marcada, como não podia deixar de ser, pelos cumprimentos efusivos do Presidente da República, que ia arrancando os braços a Sua Santidade. Marcelo igual a Marcelo.
Os confessionários em Belém foram muito procurados, mas deixaram de lado dos holofotes os encontros entre alguns dos 800 bispos e os peregrinos dos respetivos países. A JMJ marcou uma viragem na abordagem à fé, já que até aqui eram os bispos que falavam e os peregrinos ouviam. Nas dioceses de Lisboa, Setúbal e Santarém, na maioria dos casos, os jovens revelaram as suas preocupações e a sua visão do futuro e depois os bispos diziam de sua justiça. Houve um intercâmbio de ideias, ao contrário do que acontecia no passado.
Como é óbvio, a grande estrela da JMJ tem sido o Papa, que não se cansa de dizer que a Igreja Católica é de todos e para todos, não se coibindo de fazer críticas aos políticos e ao próprio meio eclesiástico, nomeadamente na questão dos abusos sexuais, depois de ter recebido 13 vítimas.
A cidade está em festa e até os hipermercados alargaram o seu horário de funcionamento até à meia-noite, apesar da peixaria e do talho não registarem qualquer movimento: os jovens querem é comida confecionada e muita fast food.
O momento alto até agora foi a presença de Francisco no Parque Eduardo VII, onde terão estado muito menos pessoas do que o esperado pela organização. Já a maior polémica envolveu a comunidade gay que terá sido importunada numa missa inserida na JMJ, na Ameixoeira. Católicos ultra-conservadores invadiram a igreja contra os pecadores, segundo noticiou a Visão. Por curiosidade, diga-se que a missa foi dada pelo capelão da PSP.
Em termos de segurança tem corrido tudo melhor e a Força Aérea, com a ajuda do material israelita, já ‘mandou’ abaixo vários drones particulares.
A fechar, diga-se que tudo indica que a próxima Jornada Mundial da Juventude será na Coreia do Sul, mas o Papa tratará de dissipar as dúvidas no domingo.