A realidade a que fomos conduzidos pelos governos PS

Ao contrário do que o Governo socialista afirma, não só não convergimos com a UE como os países do Leste Europeu nos foram ultrapassando…

Apesar da aparente realidade, (da qual o Governo socialista se esforça por convencer a opinião pública) de que Portugal se está aproximar das condições de vida e de bem estar dos países mais desenvolvidos, a verdade é que os resultados obtidos desde o início da governação socialista, em Novembro de 2015, até 2022, demonstram o contrário.

O PIB per capita (pc), em paridades de poder de compra (ppc), indicador que mede a riqueza gerada por pessoa e traduz, em média, o nível de vida e bem estar alcançados, era, em Portugal, em 2016, de 78% da média da UE-União Europeia (27 países) e em 2022 era de 77,3% (dados da Pordata).

Em 2016, os 9 países do Leste Europeu (Roménia, Polónia, Lituânia, Letónia, Estónia, Hungria, Eslovénia, Eslováquia e Bulgária) saídos em condições de grande pobreza e de atraso económico, da ex-União Soviética, tinham todos um PIB pc (em ppc) inferior a Portugal (dados da Pordata)

Em 2022 apenas três desses países (Letónia, Eslováquia e Bulgária) continuam com esse indicador inferior ao português, mas mesmo nestes casos, o crescimento económico destes países, ao longo desse período de sete anos, foi bastante superior a Portugal, com exceção da Eslováquia (dados da Pordata) o que nos colocará, previsivelmente, na cauda da Europa num futuro não muito distante.

Ou seja, ao contrário do que o Governo socialista afirma, não só não convergimos com a UE como os países do Leste europeu nos foram ultrapassando, e isto apesar de Portugal ter recebido, nestes sete anos, transferências públicas avultadas da UE e de, até ao inicio da pandemia terem existido condições extremamente favoráveis ao crescimento (que foram desperdiçadas) ou seja, forte expansão da economia europeia, taxas de juro a níveis historicamente baixos, forte crescimento do turismo e preços baixos do petróleo.

Após sete anos de governação socialista: os salários dos portugueses são dos mais baixos no contexto europeu, situando-se, em 2022, a remuneração base média, em 1082,8 euros (dados da Pordata) e mais de 50% dos trabalhadores por conta de outrem recebem salários inferiores a 1.000 euros (dados do MTSS); 78,6 % dos pensionistas do regime geral de velhice e invalidez da Segurança Social, têm pensões inferiores ao Salário Mínimo Nacional; cerca de 43% da população, sem transferências sociais, estaria em risco de pobreza, que atinge também um número significativo de pessoas com emprego, ( dados da Pordata relativos a 2021); cerca de 72% dos jovens (dos 15 aos 34 anos) recebem menos de 950 euros de remuneração mensal e 30% querem emigrar se surgir uma oportunidade (dados de um estudo da Fundação Manuel dos Santos) e a emigração é cerca de 90% daquela registada em toda a década de 60 (considerada a de maior emigração até hoje) constituída em grande parte por jovens qualificados. (dados da Pordata).

Esta situação de baixos salários, baixas pensões, elevados níveis de pobreza e de emigração massiva, em especial dos mais jovens e qualificados, o que compromete o futuro do país, é a clara evidência de que os governos socialistas, apesar da sua retórica e propaganda, não conseguiram nos últimos sete anos, alcançar resultados, concretos, palpáveis, para a grande parte da população, em especial, para as camadas mais desfavorecidas e vulneráveis.

Os governos do PS nunca tiveram a capacidade de definir e desenvolver uma política económica que conseguisse alcançar níveis de crescimento significativos e dar, de forma sustentada, melhores condições de vida aos portugueses, em especial, aos milhões de pessoas que vivem, hoje, em condições duras de sobrevivência,

O modelo económico privilegiado pelo PS, até ao surto inflacionista que se seguiu à eclosão da guerra na Ucrânia, assentou numa política económica baseada no consumo privado e na despesa pública (não de investimento) com secundarização do setor empresarial privado e valorização da iniciativa pública.

O consumo generalizado, pela população, é um objetivo a atingir mas não é uma variável que possa impulsionar o crescimento económico sustentado pois não induz ganhos de produtividade sustentados que são decisivos para o crescimento económico e que estão ligados à inovação e ao investimento.

O investimento público, durante os anos de governação socialista, registou valores muito baixos (em alguns setores, inferiores até ao período da troika) o que, conjugado com o aumento contínuo da despesa corrente pública, estrutural (que aumentou o endividamento do país) ligada à ineficiência e má gestão dos principais serviços públicos – Saúde, Educação, Justiça, Segurança Social (por exemplo nos últimos sete anos a despesa corrente na Saúde aumentou mais do que 50% mas com piores resultados para a população) teve, por consequência, a existência de verdadeiros entraves ao crescimento económico.

A este paradigma devemos adicionar a existência de uma enorme carga fiscal, penalizadora das famílias e das empresas, que agrava as condições para que tenhamos um crescimento económico sustentável e significativo.

Para além do aumento contínuo da despesa pública, sem melhores serviços públicos para a população, a enorme carga fiscal também se deve à opção socialista por uma economia de distribuição, privilegiando uma política de tipo assistencialista e não de criação e produção de riqueza que eleve o nível de vida de todos os portugueses, e precisamente, dos mais desfavorecidos e vulneráveis.

Os governos do PS sempre tiveram por prática responder às dificuldades da população, em especial da mais desfavorecida e desprotegida, não com a aposta, de facto, no crescimento do país, mas com políticas assistencialistas (dando apoios e subsídios, por vezes irrisórios), que são obviamente necessárias, mas que perpetuam a pobreza e as baixas condições de vida da população.

É claro que estas políticas assistencialistas abrangem milhões de pessoas (pensionistas, população com muito baixos rendimentos mesmo tendo emprego etc.), as quais constituem uma larga faixa de eleitores que dependem do Estado, e que desconhecendo as causas que estão na origem das suas duras condições de vida, nas quais a (in)ação governativa é determinante, permitem ao Governo socialista perpetuar-se no poder, comprometendo o nível de vida de todos os portugueses e o futuro dos mais jovens.

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