Tempos de cooperação, não de competição

Portugal e Espanha detêm um potencial geopolítico e geoestratégico inestimável que vai permitir projetarem-se de maneira mais eficaz no sistema…

O 3.º Encontro Luso-Espanhol dedicado aos Desafios do Século XXI, decorreu na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, e contou com a presença do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e de Sua Majestade, o Rei de Espanha, Felipe VI. O evento foi organizado pela Fundação D. Luís I e pela Fundación Duques de Soria.

Tal como aconteceu nas edições anteriores, o presente encontro teve por objetivo promover o diálogo construtivo entre intelectuais, artistas e cientistas, de modo a fomentar a cooperação entre as duas nações. É uma demonstração do compromisso das duas nações no diálogo e cooperação face aos desafios globais do século XXI.

A situação atual põe em manifesto desafios como a importância da cooperação entre países e da conexão entre setores e atores. Ao tentarem atuar em conjunto no cenário político-diplomático internacional, Portugal e Espanha detêm um potencial geopolítico e geoestratégico inestimável que vai permitir projetarem-se de maneira mais eficaz no sistema, valorizando-se mutuamente e potencializando as suas aspirações nacionais, regionais e globais.

Além disso, aprofundam de maneira especial nos setores que poderão ter um efeito muito positivo na economia e impulsionar a sustentabilidade do território, como é o caso da regeneração de ecossistemas naturais com todas as soluções baseadas na natureza que acarreta, a economia circular, o turismo e os sistemas alimentares.

É fundamental a remoção de barreiras e restrições que limitam, de varias formas, as escolhas e oportunidades das pessoas no quadro da cidadania global, num contexto mundial cada vez mais interdependente e globalizado.

Temos vivido a tentar travar o empobrecimento e acabamos por replicar e ampliar pobreza; no limite, tentamos controlar a intensidade e a desaceleração da pobreza – e refiro-me à pobreza económica, mas também social, sem esquecer a pobreza ambiental. Mas continuamos a empobrecer, afetando a perda de valores, de princípios e em geral do espírito humanista que nos deve nortear.

É urgente deixarmos de replicar pobreza e passarmos a criar cadeias de valor. São tempos de colaboração e de cooperação e não de competição.

É fundamental, também, reforçar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): 1. Erradicar a Pobreza; 2. Acabar com a Fome; 3. Vida Saudável; 4. Educação de Qualidade; 5. Igualdade de Género; 6. Água e Saneamento; 7. Energias Renováveis; 8. Trabalho Digno e Crescimento Económico; 9. Inovação e Infraestruturas; 10. Reduzir as Desigualdades; 11. Cidades e Comunidades Sustentáveis; 12. Produção e Consumo Sustentáveis; 13. Combater as Alterações Climáticas; 14. Oceanos, Mares e Recursos Marinhos; 15. Ecossistemas Terrestres e Biodiversidade; 16. Paz e Justiça; 17. Parcerias para o Desenvolvimento, essencial para contribuir de forma decisiva para conseguir os objetivos propostos para 2030 no âmbito transfronteiriço.

A coesão territorial é uma condição essencial para a concretização dos ODS e, por consequência, para o futuro da humanidade.