O Governo defende a manutenção do apoio da União Europeia (UE) à Autoridade Palestiniana, salientando que grande parte dos palestinianos não se revê nos ataques do Hamas contra Israel.
“Consideramos que não há nenhuma razão para suspender o apoio à Autoridade Palestiniana. Não estamos a falar do Hamas, não há nenhum apoio da UE ao Hamas”, afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em declarações à RTP, João Gomes Cravinho defendeu que considerar que todos os palestinianos são “culpados por igual” seria “a melhor forma de radicalizar a população palestiniana”.
“Grande parte não se revê nestes ataques do Hamas e temos de fazer essa distinção. Não temos nenhuma vantagem em suspender o apoio à Autoridade Palestiniana”, apontou o chefe da diplomacia portuguesa.
O comissário para a Política de Vizinhança e Alargamento, Oliver Varhelyi, disse esta segunda-feira que que a Comissão Europeia ia suspender a totalidade do apoio prestado aos palestinianos, contradizendo o que a própria Comissão tinha referido pouco antes.
A Comissão Europeia esclareceu depois que vai haver uma revisão profunda da assistência financeira prestada à Palestina, sem incluir a suspensão da ajuda humanitária à população, mas os pagamentos podem ser alterados em função da avaliação feita.
“A Comissão condena inequivocamente o ataque terrorista perpetrado pelo Hamas contra Israel no fim de semana. Na sequência destes acontecimentos, a Comissão vai lançar hoje uma revisão urgente da assistência da União Europeia [UE] para a Palestina”, refere um comunicado divulgado ao início da noite de hoje.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 países da União Europeia (UE) vão reunir-se de emergência esta terça-feira por causa do agravamento do conflito israelo-palestiniano. João Gomes Cravinho indicou ainda que irá participar nesta reunião, onde o tema do apoio da UE aos palestinianos será um dos assuntos em discussão.