Mais de 45% dos senhorios admite denunciar contratos de arrendamento se houver travão no próximo ano

63.1% dos senhorios defendem que as rendas dos seus imóveis, em setembro deste ano, eram “baixas, face aos valores que se praticam” enquanto 9,8% registou que são adequadas ao valor dos salários nacionais”.

De acordo com uma sondagem realizada pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), divulgada esta quinta-feira, quase metade dos senhorios pondera denunciar contratos de arrendamento caso o Governo aplique travão às rendas no próximo ano.

O inquérito, que foi realizado entre 30 de setembro e 8 de outubro, abrangeu 745 proprietários com casas arrendadas, concluiu que 33% dos senhorios admite negociar com os seus inquilinos “um valor da renda equilibrado para ambas as partes”.

Por sua vez, 25% dos proprietários admitiu que vai aumentar as rendas dos imóveis que tem vagos “para compensar as perdas a que é obrigado a sustentar” e 24,5% admite transferir os seus imóveis do arrendamento tradicional para outros seguimentos “com menor risco, como o alojamento a estrangeiros ou estudantes”.  

Os outros 22% dos inquiridos disse que iria participar em manifestações, protestos e abaixo-assinados.

Apenas dois dos inquiridos (0,3%) apontaram que nada fariam na eventualidade de um travão inferior a 6.94&, o valor de referência para o aumento da maioria dos contratos de arrendamento, já confirmado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Grande maioria dos senhorios (93,6%) consideram que não é aceitável a aplicação de um travão ao aumento das rendas que seja inferior ao estabelecido pelo INE.

Na sondagem realizada, a ALP avançou que 63.1% dos inquiridos, defendem que as rendas dos seus imóveis, em setembro deste ano, eram “baixas, face aos valores que se praticam” enquanto 9,8% registou que são adequadas ao valor dos salários nacionais”.

 O presidente da ALP, Luís Menezes Leitão, citado num comunicado da associação, sublinhou que os senhorios “não são culpados desta crise”, assegurando que “se há habitação, é graças a eles”.

O responsável acrescentou ainda que “os senhorios, sejam eles pequenos senhorios ou grandes investidores, têm de ter um sinal inequívoco de que há estabilidade legislativa em Portugal” e pediu ainda ao Governo que apoie “os arrendatários que têm carência comprovada, sem desestabilizar mais um mercado que já é uma bomba-relógio”.