Seis luso-israelitas estarão reféns do Hamas

Israel revelou ter notificado as famílias de 155 reféns sobre o seu cativeiro

Pelo menos seis israelitas com passaporte português que tinham sido dados como desaparecidos desde dia 7 de outubro estarão reféns do Hamas. A informação foi avançada este domingo pela pela CNN Portugal e pela SIC Notícias. 

Para além dos seis reféns, os atentados terroristas do Hamas do fim-de-semana passado a diversas cidades israelitas fizeram ainda duas vítimas mortais e um ferido com nacionalidade portuguesa.

Este domingo Israel revelou ter notificado as famílias de 155 reféns sobre o seu cativeiro, atualizando o balanço anterior, que dava conta de 126 pessoas capturadas pela organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

“Estamos a efetuar esforços colossais para a libertação dos reféns”, afirmou um porta-voz militar Daniel Hagari em conferência de imprensa, precisando que as famílias de “155 cativos” tinham sido contactadas. A 7 de outubro, terroristas do Hamas atacaram o sul de Israel em várias frentes a partir da Faixa de Gaza, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e capturando outras, mantidas em cativeiro em Gaza.

A ofensiva do Hamas foi apoiada pelo grupo xiita libanês Hezbollah e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica e a retaliação israelita matou até agora mais de 2.670 pessoas, e feriu pelo menos 9.600 na Faixa de Gaza.

A Faixa de Gaza é um enclave palestiniano controlado pelo Hamas, classificado como organização terrorista pelos EUA, pela UE e por Israel. Israel está a planear uma ofensiva norte daquele território palestiniano e emitiu um ultimato para a população civil (cerca de 1,1 milhões de pessoas) o abandonar e se dirigir para o sul — uma deslocação que tem sido alvo de protestos e pedidos de contenção na comunidade internacional.

Entre estes, os membros do Conselho Europeu, que reconheceram o direito de Israel a defender-se, mas sublinharam que a resposta deve estar alinhada com “o direito humanitário e internacional” e que deve “garantir-se a proteção de todos os civis”.

Os líderes dos 27 fixaram assim “a posição comum da União Europeia” perante a guerra entre Israel e o Hamas. Em comunicado, a União Europeia (UE) “condena nos termos mais enérgicos possíveis o Hamas e os seus ataques terroristas brutais e indiscriminados em Israel” e deplora “profundamente” a perda de vidas humanas. 

“Não há justificação para o terror”, sublinha o comunicado, que insiste “firmemente no direito de Israel a defender-se em consonância com o direito humanitário e internacional face a estes ataques violentos e indiscriminados” e reitera “a importância de garantir a proteção de todos os civis em todo o momento de acordo com o Direito Internacional Humanitário”.

Os chefes de Estado e de Governo da UE apelaram ainda ao Hamas para que liberte “imediatamente” todos os reféns “sem condições prévias” e afirmam estar dispostos a apoiar os civis mais necessitados de Gaza em coordenação com os seus parceiros, “garantindo que as organizações terroristas não abusam da referida ajuda”.

Por último, os líderes comunitários reiteraram que continuam comprometidos com “uma paz duradoura e sustentável baseada na solução de dois Estados” mediante “esforços renovados” no processo de paz no Médio Oriente. “É crucial evitar uma escalada regional”, acrescentaram.

Também esta domingo, o primeiro-ministro israelita apresentou o novo Governo de emergência de Israel e avisou que as forças israelitas vão “desmantelar” as milícias do Hamas.

Benjamin Netanyahu, acompanhado por Benny Gantz, membro da oposição que se tornou ministro sem pasta, frisou que o Governo de unidade “envia uma mensagem clara ao inimigo, ao país e ao mundo” e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, avisou as milícias libanesas do Hezbollah que o seu país não está interessado numa escalada das hostilidades na fronteira. 

“Não queremos uma escalada. Temos uma missão a cumprir, por isso, se o Hezbollah decidir enveredar pelo caminho da guerra, pagará um preço muito alto, muito alto”, enfatizou Gallant, durante uma visita a um posto militar israelita perto de Gaza, em mais um dia de trocas de artilharia na fronteira israelo-libanesa que causaram a morte de pelo menos um israelita.