O anão mágico!

Sobre o dia em que assisti ao espetáculo de magia de Lionel Messi em Camp Nou.

Camp Nou, 24 de fevereiro de 2018, 25ª jornada da Liga espanhola. Dia de dérbi em Espanha, com o Barcelona a receber o Girona. Faltavam 14 jornadas para o campeonato terminar e os blaugranas desfilavam na prova sem nenhum tropeção – invictos.

Com um estádio ao rubro e ambiente quente também pelos protestos pró-independência da Catalunha, a surpresa foi servida logo no arranque do encontro. Com três minutos decorridos, no primeiro ataque da equipa, Portu colocou o Girona em vantagem. 

Mas a história deste jogo escrevia-se precisamente a partir daí e em nome próprio. Aliás, eram três nomes, por esta ordem de destaque: Lionel Messi, Luís Suárez e Philippe Coutinho. (E um parêntesis merecido para Nelson Semedo, português cumpridor no 11 desse dia).

Muito resumidamente: Messi assistiu Suárez para a igualdade no marcador passavam cinco minutos da partida; Messi bisou depois em 6 minutos (ainda na primeira parte, aos 30’ e 36’) e, Messi, voltou a estar em destaque em mais um golo do hat-trick assinado pelo uruguaio, num jogo em que Coutinho marcou pela primeira vez com a camisola culé no estádio.

O trio era de luxo, mas a magia era de Messi. Sempre Messi, a provar que só os predestinados podem atuar constantemente com um nível superior, como se atuassem para a franja de espectadores que os veem ao vivo pela primeira vez.

Foi, aliás, a primeira e única vez que vi Messi jogar ao vivo. E se faltassem palavras para um jogador sobre-humano, naquele dia gritaram: «O anão mágico!».

Numa semana em que Messi levantou pela oitava vez o troféu de melhor jogador do mundo, Haaland (Man. City) ficou como aquele adepto, a pensar que o anão voltou a fazer magia, agora com a bola de Ouro…