Português que perdeu mulher e dois filhos em Gaza culpa Gomes Cravinho

“O ministro dos Negócios Estrangeiros devia demitir-se imediatamente porque não fez os esforços necessários para garantir a vida dos portugueses”, diz Ahmed Ashour que vive em Portugal há nove anos.

As vítimas portuguesas de um bombardeamento em Gaza, na quarta-feira, foram identificadas como a mulher e dois filhos de Ahmed Ashour. A família tinha toda cidadania portuguesa e residia em Portugal há nove anos, avança a RTP. 

As vítimas portuguesas de um bombardeamento em Gaza, na quarta-feira, foram identificadas como sendo a mulher e dois filhos de Ahmed Ashour, cuja família toda tinha toda cidadania portuguesa e residia no país há nove anos.

Em declarações à RTP, Ahmed Ashour disse que na habitação, na cidade de Khan Yunis, estavam a mulher, de 35 anos, e os três filhos de Ahmed: uma menina de 12, um rapaz de seis e uma bebé, Nour, que sobreviveu ao bombardeamento israelita que destruiu a casa.

Ahmed Ashour adiantou ainda que a família estava à espera há 39 dias para ser resgatada, durante todo este período o português falou várias vezes como o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a quem não poupa críticas.

“Diziam que estavam a tentar resolver, para esperar mais um dia”, lamentou.

Mas Ahmed Ashour vai mais longe e aponta o dedo a João Gomes Cravinho. “O ministro dos Negócios Estrangeiros devia demitir-se imediatamente porque não fez os esforços necessários para garantir a vida dos portugueses”.

“Só ligou depois da minha família estar morta”, acrescentou.

A última vez que Ahmed falou com a família foi na terça-feira, um dia antes do bombardeamento que os mataria. Estavam em Portugal há nove anos, mas devido aos problemas de saúde do filho de seis anos, a mãe viajou para Gaza no ano passado, onde tinha mais apoio familiar.