Inicia-se, esta segunda-feira às 08h00, uma greve de 24 horas, convocada pelo Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), que reivindica a “ausência de resposta e indisponibilidade do ministro da Saúde em iniciar um processo negocial” com os profissionais.
O SNE, em comunicado, acusa o Governo de não responder aos “graves problemas que afetam os doentes” nem “aos apelos do Presidente da República para que o ministro da Saúde reunisse com os sindicatos do setor”.
Os enfermeiros defendem a “negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho Global aplicável aos enfermeiros e a revisão da tabela salarial”.
“A maioria das reivindicações dos enfermeiros relacionam-se com a defesa da qualidade da enfermagem e do acesso dos doentes a cuidados de saúde em tempo útil e de qualidade” lê-se na nota do SNE, onde este propõe uma melhoria e “condições de trabalho dignas, planeamento e organização do serviço público e uma política correta de gestão dos recursos humanos” e “ aumento da capacidade de resposta, desde os cuidados de saúde primários, passando pelos internamentos hospitalares, serviços de urgência, blocos operatórios e pela rede nacional de cuidados continuados integrados”.
A plataforma sindical pede que os enfermeiros “denunciem todas as situações de potencial falência de segurança clínica, que podem causar dano ou custar a vida aos doentes” sugerindo a entrega de “declarações de denúncia à Ordem dos Enfermeiros” e recomendando que não prestem serviço em condições de falta de segurança clínica, conforme apontam as regras deontológicas da profissão.
Na quarta-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse que o Governo está a examinar as condições para voltar a negociar com os sindicatos médicos, reconhecendo que, apesar de estar em plenas funções, “não pode olhar para o futuro como antes da crise política”.
Na terça-feira da semana passada, o governante disse que está a fechar dossiês pendentes e recebeu na terça-feira o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) sobre a reclassificação da carreira dos enfermeiros, uma matéria que, segundo o governo, estava já na fase final de negociações.