O portal de contratos públicos online mostra os valores gastos pelas autarquias para tornar os seus municípios mais bonitos na época natalícia. Consultámos os contratos públicos relativos às celebrações natalícias para este ano. Nem todos estão já disponíveis, mas já é possível ter uma ideia do que câmaras e juntas de freguesia gastam em iluminações, feiras, mercados, cabazes, entre outros. E a fatura vai quase nos 12 milhões de euros.
O Natal está aí à porta e as iluminações de há muito que fazem parte do dia-a-dia dos portugueses. O portal de contratos públicos online – o Base – permite ter uma noção (ainda que não exata nem definitiva) do que as câmaras e juntas de freguesia vão gastando para que a quadra festiva não passe despercebida. Até à hora de almoço desta segunda feira, o valor somado pelo i foi de praticamente 12 milhões de euros. Valor ao qual será sempre preciso somar o IVA.
Mas não são apenas iluminações. Casas de Pai Natal, feiras e mercados, concertos, cabazes de Natal, almoços, jantares, presentes para funcionários ou crianças, ajudas a famílias carenciadas. São centenas de contratos que, pelo menos desde agosto, têm dado entrada no portal.
Olhando para os números, até ao momento, o campeão da despesa relacionada com esta época é a Câmara de Leiria, com um total de mais de meio milhão de euros. Em causa está maioritariamente o evento Leiria Natal, que é o que traz mais despesa e que inclui contratos para monitores de animação e atividades lúdicas, equipamento de diversão (inclui transporte, montagem e desmontagem), criação, produção e coordenação da parada de Natal ou o próprio projeto decorativo. Em tudo isto somam-se cerca de 361 mil euros. Já para iluminar os espaços públicos, o município investiu cerca de 192 mil euros.
Segue-se, a nível de gastos, o município de Aveiro, que investiu 487.804,85 euros na iluminação e decoração. No entanto, é preciso ter em conta que o contrato é referente à “iluminação festiva e decorativa de Natal nos anos 2023, 2024 e 2025”, sendo o prazo de execução de 900 dias.
A fechar o top, em terceiro lugar, está Santa Maria da Feira. O município investiu pouco mais de 374 mil euros em iluminação. Mas, tal como acontece no município de Aveiro, este é um valor para um prazo de 36 meses. Esta iluminação ocorre no centro histórico da cidade, Porto Carvoeiro, Canedo, Termas de S. Jorge e envolvência e ainda nas Caldas de S. Jorge.
São vários os municípios que investiram mais de 300 mil euros para que o Natal tenha outra cor. Destaque ainda para a Guarda, que investe mais de 326 mil euros. A ‘culpa’ é do Guarda Cidade Natal. Para já, a autarquia tem dois contratos distintos para este evento. Um deles, no valor de pouco mais de 111 mil euros, diz respeito à iluminação. O outro, referente à conceção, implementação e produção deste evento, teve um custo de 215 mil euros.
Quem também fez uma grande aposta monetária no seu concelho foi Santo Tirso. O valor total de contratos até agora é de quase 351 mil euros. O que custou mais à carteira desta autarquia foi a prestação de serviços de organização e realização do evento de Natal, que custou mais de 276 mil euros. Já a iluminação conta com um custo de quase 75 mil euros.
Em gastos ainda acima dos 300 mil euros estão Almada (quase 313 mil euros), Oliveira de Azeméis (perto de 340 mil euros), Santa Cruz, na Madeira (347 mil euros) e Portimão (300 mil euros). Depois há, por exemplo Ponta Delgada a gastar quase 281 mil euros, Santarém com um investimento de 212 mil euros ou Vila do Conde: 207 mil euros.
Abaixo dos 200 mil euros mas acima dos 100 mil o Base mostra vários municípios como Chaves, Sines, Elvas, Funchal, Vila Nova de Famalicão, Póvoa de Varzim, Seia, Marinha Grande, Machico, Águeda, Amarante, Faro, Ourém, Guimarães, Câmara de Lobos, Maia, Oliveira do Bairro, Loures, Sintra, Braga ou Vila Franca de Xira.
É preciso ter em conta que o valor global das contas feitas pelo i ainda não está fechado uma vez que existem muitos municípios ou juntas de freguesia que ainda não divulgaram os contratos no Base. A lista conta com municípios e juntas de freguesia de todo o Portugal Continental e ilhas.
As iluminações de Natal são o que mais pesa no orçamento dos municípios. Os valores são muito variados e dependem sempre, claro, do espaço que a autarquia pretende iluminar. Deixamos alguns exemplos: a Câmara de Sines gastou quase 58 mil euros; Braga investiu 155 mil. Já Penafiel chegou quase aos 100 mil e a Amadora ultrapassa os 80 mil euros. Lamego foi aos 34 mil euros e Loures aos 140 mil. Em Abrantes o investimento foi de mais de 44 mil euros e em Lagos quase 74 mil. Estes são apenas alguns exemplos.
O Natal faz-se também de música. E são muitos os municípios que contratam artistas nacionais para animar a população. Por exemplo, a Câmara de Pombal pagou 8500 euros para um concerto do Herman José. O mesmo município pagou ainda 7000 euros para a atuação do cantor Jimmy P. Outro exemplo é Oliveira de Azeméis que pagou quase 20 mil euros para concertos de António Zambujo & Yamandu Costa e Gisela João.
Se alguns contam com a mesa cheia nesta época natalícia, outros não podem dizer o mesmo. Assim, o Município da Maia investiu quase 114 mil euros em 2100 cabazes de Natal com bens alimentares para distribuir pelas famílias carenciadas do concelho.
Carrosséis e comboios fazem as maravilhas de todos nos mercados e feiras de Natal. E são cada vez mais os municípios a fazer esta aposta. No âmbito do Reino Natal deste ano, a Câmara Municipal de Sintra investiu mais de oito mil euros num comboio de carril para o Parque da Liberdade. Não foi a única. A Câmara de Alcácer do Sal pagou 7500 para o carrossel. Alter do Chão também terá um comboio de Natal Infantil com trilho que custou 12.500 euros. Sines gastou 10 mil euros.
Os idosos são também uma preocupação para alguns municípios. Por exemplo, a Câmara da Calheta investiu mais de 25 mil euros no almoço de Natal para os idosos. E Oeiras pagou 8500 euros para Emanuel dar um concerto para os idosos.
Natal é também dar e receber. E o Município de Albufeira decidiu dar. Os ‘felizardos’ são crianças. A autarquia investiu um total de quase 15 mil euros na aquisição de brinquedos para dar aos filhos dos trabalhadores da Câmara Municipal, dos Bombeiros Voluntários e da Junta de Freguesia. Mas não foi a única. Também a Câmara Municipal de Oeiras investiu quase 21 mil euros para fazer as delícias dos filhos dos funcionários da autarquia, Assembleia Municipal, Juntas de Freguesia, PSP, Bombeiros e CCD. Já o Município de Oliveira do Bairro investiu 7400 euros para o fornecimento de 1.000 puzzles para oferecer aos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico e 750 livros de colorir às crianças do Ensino Pré-Escolar, como forma de assinalar o Natal deste ano.
As pistas de gelo são também uma grande atração de Natal e há municípios que não deixam essa tradição de lado. Sines investiu mais de 27 mil euros no aluguer de pista de gelo sintético para a feira de Natal. Para o mesmo efeito, Reguengos de Monsaraz gastou mais de 14 mil euros. E o município de Oliveira do Bairro desembolsou quase 55 mil euros.
Os cabazes de Natal são muito comuns nesta época, tanto para funcionários como para famílias carenciadas. Por exemplo, o município de Vila Nova de Famalicão gastou quase 104 mil euros em produtos para cabazes de Natal. Mas há mais. Também Sines investiu em cabazes de Natal para os trabalhadores da autarquia. O valor gasto foi de quase 20 mil euros. E gastou ainda mais 6000 euros em bolos rei, também para os trabalhadores. Já o município de Tavira gastou mais de 108 mil euros.
A par da iluminação, são os mercados e feiras de Natal que ‘levam’ mais dinheiro às autarquias. Deixamos alguns exemplos: Pampilhosa da Serra, por exemplo, investiu quase 60 mil euros no aluguer de estruturas para o evento de Natal. Em tendas e stands de madeira para o mercado, Sintra gastou perto de 25 mil euros. Em serviços para serviços para a Cidade de Natal 2023, Almada desembolsou 170 mil euros. Para o quiosque e Casa do Pai Natal, o município de Vila do Conde gastou quase 13 mil euros. Para a sua praça de Natal, Vila Nova de Foz Côa investiu cerca de 60 mil euros.
A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, investiu mais de 8500 euros na aquisição de cartões de vales de brinquedos de apoio social. Esta é uma iniciativa tem como objetivo distribuir estes brinquedos às crianças de freguesia, por ocasião das festividades
de Natal.