Nuno Melo não pode esperar, esta é a oportunidade para dar o tudo por tudo para voltar ao Parlamento, com ou sem o PSD.
Paulo Portas e Manuel Monteiro voltaram ao partido não só para dar um sinal de unidade num momento difícil. Os dois estão empenhados em arregaçar as mangas para não deixar o partido morrer. Portas coloca mesmo nesse objetivo todo o empenho e, nas últimas semanas tem trabalhado lado a lado com Nuno Melo para ressuscitar o CDS.
O antigo líder foi determinante para trazer de volta figuras como o de Adolfo Mesquita Nunes e Francisco Mendes da Silva, dois nomes de peso que tinham abandonado o partido, para se juntarem aos notáveis que esta semana voltaram a sentar-se à mesa do Largo do Caldas para discutir a melhor forma de eleger deputados nas eleições de 10 de Março. Com sentido de pragmatismo, o líder não quer ficar à espera da coligação que já disse ser conveniente para tirar o PS do poder.
Assim sendo, juntamente com notáveis, antigos líderes e independentes, o presidente do CDS manteve esta semana dois encontros em que ficaram definidos dois objetivos: assestar baterias aos distritos de Lisboa, Porto, Aveiro e Braga (considerados círculos com maior hipótese de eleição); e apostar nos quadros com maior visibilidade para encabeçar as respetivas listas.
Nos dois encontros, em que participaram, além dos nomes já mencionados, Assunção Cristas, Luís Pedro Mota Soares, Lobo Xavier, Cecília Meireles, Ana Rita Bessa e outras personalidades do partido, ficou sinalizado o pedido a todos para que ponderassem integrar a batalha das próximas eleições.
Como trunfo eleitoral, os centristas querem usar os pergaminhos próprios e, nesse sentido, a qualidade dos quadros de que dispõe é um argumento valioso, não só para tentar reconquistar o eleitorado, mas também para mostrar ao PSD que, caso vão a votos separados, este pode ser um fator de peso na decisão do voto à direita. A fiabilidade do partido é outro argumento forte, sobretudo numa altura em que IL e Chega ameaçam fazer cair a coligação nos Açores.