Ativistas do Climáximo atacam jato privado no Aeródromo de Cascais

“Os jatos privados “são armas de destruição em massa, não têm lugar numa sociedade em chamas”, consideram os ativistas.

Apoiantes do Climáximo entraram, esta quarta-feira de manhã, no Aeródromo de Cascais, em Tires, e pintaram e bloquearam um jato com os seus corpos.

O grupo denuncia, através de um comunicado, “os voos de luxo dos super-ricos e a hipocrisia criminosa dos líderes mundiais que se deslocam à COP28 num meio de transporte que é o pináculo da injustiça climática”.

“Uma viagem de jato privado entre Londres e Nova Iorque emite mais CO2eq que uma família portuguesa num ano inteiro”, afirma um dos membros do Climáximo.

“Estar aqui corta mais emissões que qualquer escolha individual. Os donos do mundo culpam pessoas normais de forma ingrata pelos seus hábitos, quando na realidade esta é de longe a forma de transporte com mais emissões per capita, e é usada quase exclusivamente por ultra-ricos. A ONU afirma que o 1% tem de cortar mais de 97% das suas emissões, mas os voos duplicaram no ano passado”, acrescenta.

O movimento considera que os jatos privados “são armas de destruição em massa, não têm lugar numa sociedade em chamas” e sublinha que a queima de combustíveis fósseis mata todos os anos “mais pessoas do que os campos de concentração”.

Para os ativistas é urgente “cortar as emissões de luxo e voos supérfluos, como os de jato privado e os voos de curta distância, travar qualquer plano de aumento da aviação, seja um novo aeroporto em Lisboa ou a expansão em curso do Aeroporto de Cascais, e requalificar milhares de trabalhadores, desenvolvendo amplamente a rede ferroviária nacional e internacional”. “Estamos em emergência ou estão a gozar connosco?”, questiona.

No mesmo comunicado, o grupo ambientalista convoca as pessoas a saírem à rua no próximo sábado, dia 9 de dezembro às 14h00, com ponto de encontro Saldanha, Lisboa.

A manifestação de Resistência Climática vai marchar do Saldanha até à rotunda do Marquês de Pombal, onde vai ser organizada uma Assembleia de Resistência para discutir as prioridades do movimento pela justiça climática para o ano de 2024, e depois vai continuar na Avenida da Liberdade.