OMS lamenta obstáculos às missões em Gaza

A Organização Mundial da Saúde volta a apelar a um cessar-fogo para que seja possível “trabalhar em segurança e sem entraves” de modo a “reforçar um sistema de saúde em deterioração”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou, esta terça-feira, a necessidade de um cessar-fogo e apelou à proteção dos cuidados de saúde e assistência humanitária na Faixa de Gaza.

A organização defende que a única solução viável é um cessar-fogo duradouro, para que seja possível “trabalhar em segurança e sem entraves” de modo a “reforçar um sistema de saúde em deterioração”, reabastecer as reservas críticas de combustível, medicamentos e outra ajuda essencial, e prevenir a doença, a fome e “mais sofrimento na Faixa de Gaza”.

No relatório divulgado pela OMS, esta terça-feira, consta que os profissionais da saúde foram detidos, pelas forças a serviço de Israel, durante uma missão de transferência de doentes em estado crítico e entrega de material a um hospital no norte de Gaza.

A organização avança que “durante a missão, um doente terá morrido”.

Também a 9 de dezembro de 2023, outra equipa da OMS, em colaboração com o Crescente Vermelho Palestiniano e o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), tendo apoio do Departamento de Segurança e Proteção das Nações Unidas, completou uma missão de “alto risco” no Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, para entregar material médico.

A missão tinha como objetivo levar material cirúrgico e de traumatologia, o suficiente para tratar 1500 pacientes, e transferiu 19 pacientes em estado crítico, com 14 acompanhantes, para o complexo médico Nasser, no Sul de Gaza, para tratamentos.

A OMS adianta que “no caminho para norte” do enclave, a coluna de veículos da ONU foi inspecionada no posto de controlo de Wadi Gaza, e os membros da tripulação da ambulância tiveram de abandonar os veículos para serem identificados.

Já se registaram anteriormente outras detenções durante missões humanitárias em Gaza.

O organismo reforça que os cuidados de saúde, incluindo o serviço de ambulâncias, são protegidos pelo direito internacional e “devem ser respeitados e protegidos em todas as circunstâncias”.

“As dificuldades enfrentadas por esta missão ilustram a redução do espaço para os atores humanitários prestarem ajuda em Gaza, apesar de o acesso ser desesperadamente necessário para aliviar a situação humanitária catastrófica, tal como solicitado na resolução adotada pelos membros do Conselho Executivo da OMS em 10 de dezembro”, frisa relatório.