O Banco Central Europeu (BCE) deverá decidir, na sua reunião de quinta-feira, manter as taxas de juro nos níveis atuais. A especulação sobre o prazo para a sua descida aumenta com a baixa da inflação.
Após uma descida da inflação homóloga para 2,4% em novembro, já perto do objetivo de 2% definido pelo BCE, há uma mudança de abordagem, mesmo entre os maiores defensores da política de juros mais altos para controlo inflacionista seguida pelo BCE.
“Quando os factos mudam, eu mudo de opinião”, declarou a alemã Isabel Schnabel, um influente membro da Comissão Executiva do BCE, citando uma frase do economista John Maynard Keynes. Schnabel, conotada com os ‘falcões’ do BCE, considerou “improvável um novo aumento das taxas de juro”.
Já Andrew Kenningham, analista da Capital Economics,aponta que naquela que será a sua última reunião do ano, os responsáveis do BCE “não terão outra escolha que não seja reconhecer que podem atingir o seu objetivo de inflação mais cedo do que o previsto”.
A taxa de depósitos está atualmente em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento está em 4,5%. Já a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%. As indicações é que estas deverão ficar inalteradas.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, tem repetido que “ainda não é altura de declarar vitória” na luta contra o aumento dos preços que levou a instituição a 10 subidas consecutivas das taxas de juro desde julho de 2022, com uma primeira pausa em outubro.