Caros leitores, A dificuldade em expor por palavras um apanhado daquilo que se tem passado e do que se tem sentido cresce a cada semana que passa. O mundo aguarda com o coração nas mãos pelo fim do terror e da guerra, pelo regressar dos reféns a Israel e pela segurança, bem-estar e condições de vida dignas para as pessoas em Gaza, Cisjordânia e em Israel. Infelizmente, as vias diplomáticas têm perdido poder perante o ódio e a dor, e continuará incerto o futuro recente não só na região, mas em qualquer canto do planeta.
Nos últimos dias, têm-se intensificado as demonstrações pela libertação dos reféns em Israel (e, com isso, a contra-contestação por meio daqueles que acham que um cessar-fogo e troca de prisioneiros é uma desonra por aqueles que já deram a sua vida nesta guerra), em particular após as trágicas notícias da morte de três reféns que conseguiram escapar do cativeiro, para serem atingidos pelas forças militares de Israel numa falsa avaliação da sua identidade. Num passado não tão distante, poucas vezes a invasão militar conseguiu reaver reféns com vida, pelo que as famílias e pessoas queridas dos capturados só pede que se façam os devidos sacrifícios para poder trazer os ‘nossos’ com vida. É indiscritível o sofrimento e a agonia destas pessoas, sobretudo depois dos relatos horrendos daquelas que já foram libertadas.
Na fronteira a Norte, onde nós temos o nosso apartamento ao qual podemos chegar muito esporadicamente e sempre por um escasso período de tempo, o perigo continua iminente. O Hezbollah e pequenas frações do Hamas no sul do Líbano continuam a sua campanha militar, enquanto as Nações Unidas não autorizarem a Resolução 1701 do Conselho de Segurança (e o qual terá muito pouca probabilidade de sucesso de ser implementado). Com isto, posso dizer que se aguardam mais alguns meses de conflito militar ativo em várias frentes, e um bom retrocesso na estabilidade política e social da região, assim como no nosso regresso a casa.
No Mar Vermelho, continuam as investidas dos Houthis a navios comerciais, com reservas de petróleo, submarinos e porta-aviões de outros países, e outros tantos meios de navegação que passem por aquelas águas, numa ação ‘em solidariedade com o povo em Gaza’ mas que viola indiscutivelmente as leis internacionais e que pretende causar graves disrupções no transporte comercial entre o Ocidente e o Oriente. Para já, as medidas de contenção são bastante escassas enquanto se tenta a via diplomática, mas como nos casos anteriores, não parece que ficará por aqui.
Em Gaza e na Cisjordânia, continua a ‘caça’ aos terroristas e outros cidadãos ‘incendiários’ e a procura por vários túneis subterrâneos que contêm armazéns de armamento, laboratórios para fabrico de explosivos, centros de comunicação e de inteligência militar, e que servem de esconderijo a vários dos líderes das várias frações militares e outros combatentes. Vão-se destruindo várias instalações dedicadas ao terror, assim como a vida de várias centenas de pessoas inocentes, que são usadas como escudo e como números para uma organização terrorista conseguir criar a sua própria narrativa dos acontecimentos e continuar a plantar as sementes do ódio contra o estado de Israel, os Zionistas e os Judeus em geral.
Enfim, oxalá pudesse vir com boas notícias e que todos nós pudéssemos voltar ao dia 6 de Outubro de 2023, justamente antes da celebração da semana em que os Judeus começam a reler a Torah – correspondente ao Antigo Testamento da Bíblia Sagrada para os Cristãos – e evitar todo este desastre. Pelo menos haveria a esperança de que a diplomacia pudesse eventualmente chegar a um qualquer lado em que o ódio e a endotrinação seriam substituídos pelo diálogo e acordos de paz. O Shabbat Negro, o 11 de Setembro do Estado de Israel, mudou o rumo da humanidade e já não há volta atrás.
Despeço-me com votos de Boas Festas para todos, de todas as religiões e crenças, orando para a luz e a paz ilumine os vossos corações, e para a saúde e o regresso a casa são e salvos de todos os reféns raptados e dos militares que se encontram em Gaza, e de todos os palestinianos inocentes que conseguem ver a humanidade no outro.
#BringThemHomeNOW