A memória curta de Montenegro

Para Montenegro em política vale tudo

Em política não pode valer tudo, mas para Montenegro vale. O líder do PSD à procura de crédito veio ao Baixo Alentejo, insultar, passar ao lado da realidade e passar uma esponja sobre as suas responsabilidades nos problemas estruturais do nosso território.

O PS não terá feito tudo o que queríamos e que devia, mas fez muito mais que a maioria PSD/CDS em que Luís Montenegro era figura de proa.

É insultuoso invetivar eleitos locais e parlamentares do PS com a acusação de não terem conseguido nada para o distrito quando existem investimentos em curso e outros concluídos na Saúde, na Educação, na Agricultura, na Sustentabilidade Ambiental e na valorização do território, sendo os autarcas do Baixo Alentejo dos melhores em termos de execução dos fundos comunitários, também com o contributo decisivo da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, uma das mais dinâmicas e consequentes do país.

É passar ao lado da realidade, não visitar por exemplo as obras do Palácio da Justiça em Beja ou ignorar que o papel do Aeroporto de Beja está condicionado por uma privatização das infraestruturas aeroportuárias que o PSD/CDS entregaram à Vinci, liderada por um destacado membro do partido que, em 10 anos amortizou o investimento de uma concessão por 50 anos. Ainda assim, tem havido um crescente posicionamento do aeroporto em termos do acolhimento de manutenções, por impulso da autarquia de Beja, apesar da Vinci. Podia ser ainda mais? Podia, mas é mais do que o PSD alguma fez, depois do bom negócio para o companheiro de partido.

É passar uma esponja sobre o passado do PSD na governação esquecer o que foi feito além da troika nos cortes de rendimentos, na saúde e na suspensão de investimento como aconteceu com a A26 e a valorização da mobilidade ferroviária. Montenegro era líder parlamentar da maioria que suspendeu esses investimentos, sendo estranho vir contestar o esforço de contas certas realizado nos últimos anos e ignorar o que foi feito ou está em curso no Baixo Alentejo. Não explica como faria mais e mais depressa quando se tem de realizar penosos concursos públicos internacionais para reforçar a mobilidade ferroviária ou fazer chegar ao Monte da Rocha a água do Alqueva. Foi um bota-abaixo inconsequente, do lado do problema, como tem feito e faz o líder do PCP, ainda enleado pelo apoio à Rússia na invasão da Ucrânia, sempre a toque de saudosismos imperialistas e preconceitos ideológicos.

Queremos e podemos fazer sempre mais pelo Baixo Alentejo e pelo potencial do nosso Mundo Rural, que tenho promovido como presidente da Comissão de Agricultura, mas ensaiar uma política de terra queimada, desesperadamente em busca de algum crédito eleitoral e de disputa populista com o Chega, é ir longe de mais. Por nós, continuaremos a trabalhar do lado da construção de soluções para a nossa terra e a dar voz ao Mundo Rural e ao Baixo Alentejo.