Programa económico da AD assente em choque fiscal e várias reformas

As projeções partem do cenário macroeconómico do Conselho de Finanças Públicas (CFP) e seguindo um “princípio de prudência”

A Aliança Democrática (AD) revelou esta quarta-feira o seu programa económico no qual prevê um crescimento da economia portuguesa de 2,5% em 2025 até 3,4% em 2028. A previsão assenta num choque fiscal de cinco mil milhões de euros ao longo da próxima legislatura e impulso da procura interna após a implementação de várias reformas. 

As projeções partem do cenário macroeconómico do Conselho de Finanças Públicas (CFP) e seguindo um “princípio de prudência”, a AD  – coligação eleitoral entre PSD, CDS-PP e PPM – mantém a projeção daquela instituição de crescimento do PIB de 1,6%  este ano. 

O cenário macroeconómico da AD sustenta que o crescimento da economia será sobretudo influenciado por um choque fiscal de cinco mil milhões de euros ao longo do horizonte da próxima legislatura: três mil milhões de euros (M€) para o IRS, 1,5 mil M€ para o IRC e 500 M€ para medidas fiscais destinadas à habitação.

Os economistas da coligação apontam para um crescimento do consumo privado de 2% em 2025 para 3,2% em 2028 e um um aumento do investimento de 5,2% em 2025 e de 4,5% em 2026, caindo para 3,2% em 2027 e 3,4% em 2028.

A impulsionar a economia estarão também as exportações de bens e serviços, com uma taxa de crescimento de 3,8% em 2025, 4% em 2026, 4,4% em 2027 e 4,4% em 2028.

Já as importações deverão passar de 3,8% em 2025 para 3,9% em 2028,  enquanto o consumo público deverá crescer entre 1,7% e 2,5% para o mesmo período. 

A AD projeta ainda que o emprego passa de 0,3% em 2024 para 1,1% em 2025, crescendo até 1,4% em 2028, enquanto a taxa de desemprego se reduz ao longo do horizonte de projeção: de 6,2% em 2025 cai para 5% em 2028.

Em resumo, a AD aponta como metas o crescimento da economia de 3,5% até 2028 e 4% no final da década; o desemprego a 5% em 2028, ano em que a carga fiscal estará abaixo dos 37% do PIB, o salário mínimo em €1.000€ e o salário médio à volta dos €1.750.

Naquele ano a projeção da AD é que a dívida esteja abaixo dos 90% do PIB, o rendimento mínimo para idosos em €820 e que o IRC tenha descido 2% ao ano até aos 15%. 

As reformas propostas abrangem várias áreas e vão desde os impostos, medidas para os jovens, habitação ou alojamento local. Há também propostas de reforma para os apoios sociais, de combate à burocracia e incentivos à economia, na relação entre o Estado e as empresas e nas empresas do Estado. Trabalho, emprego e formação profissional, emigração e imigração, ensino, digitalização e justiça são outras áreas abrangidas pelo programa económico da AD.