Polarização sobre temas agrícolas só será resolvida com diálogo, diz Von der Leyen

O setor agrícola, para a presidente da Comissão Europeia, deve aproveitar a oportunidade para “encontrar um consenso e uma visão comum sobre o caminho a seguir”, apesar de admitir não ser uma tarefa fácil.

Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia (CE), afirmou, esta quinta-feira, em Bruxelas, na abertura do Diálogo Estratégico sobre o futuro da Agricultura na União Europeia (UE), que apenas se conseguirá ultrapassar “a divisão e a polarização crescentes” nos temas ligados com a agricultura através do diálogo.

“Todos sentimos que há uma divisão e polarização crescentes quando se trata de temas relacionados com a agricultura e acredito que só conseguiremos ultrapassar esta polarização, muitas vezes acentuada, através do diálogo”, referiu a líder do executivo comunitário.

Para Von der Leyen, existe a necessidade de se encontrar “um novo consenso sobre as questões com as quais todos nós nos debatemos”, como a melhoria do nível de vida e atratividade do setor agrícola, da sua sustentabilidade, do uso da tecnologia e do sistema alimentar.

O setor agrícola, para a presidente da CE, deve aproveitar a oportunidade para “encontrar um consenso e uma visão comum sobre o caminho a seguir”, admitindo não ser uma tarefa fácil.

A líder do executivo comunitário reconhece que a agricultura tem sido, consecutivamente, afetada pelas crises, causadas pela pandemia da covid-19, da invasão da Ucrânia pela Rússia e também pela crise inflacionária.

O setor agroalimentar da UE precisa, de acordo com Ursula Von der Leyen, de “uma perspetiva a longo prazo”, que lhe permita enfrentar também desafios como a concorrência externa, as alterações climáticas e a demografia, entre outros.

O Diálogo Estratégico, presidido pelo académico alemão Peter Strohschneider, junta em Bruxelas representantes do setor, de organizações não-governamentais, da sociedade civil, de instituições financeiras e de universidades.

Na sequência da sessão inaugural, irão decorrer reuniões temáticas durante o primeiro semestre do ano.

A iniciativa decorre com o pano de fundo de protestos de agricultores na UE, com destaque para França, Alemanha e Polónia, nomeadamente contra as políticas ambientais que os afetam.