O Governo anunciou, esta quinta-feira, que o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, vai deslocar-se, a partir de sexta-feira, ao continente africano, visitando a Nigéria e Ruanda onde irá debater temas bilaterais e regionais. O governante estará também na Etiópia onde se reunirá com os homólogos africanos num encontro da União Africana.
A nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), esclarece que o chefe da diplomacia portuguesa, acompanhado pela secretária do Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia, estará na sexta-feira, na Nigéria, numa visita “em paralelo de um chefe da diplomacia portuguesa àquele país, dando particular destaque à transição verde como área de cooperação bilateral”.
Na sua agenda, os governantes portugueses têm encontros marcados com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yusuf Maitama Tuggar, e com o ministro de Estado dos Assuntos Petrolíferos (Gás), Obongemem Ekperikpe Ekpo.
João Gomes Cravinho e o seu homólogo nigeriano deverão fazer um ponto de situação das relações bilaterais entre os dois países, e abordar a situação regional, incluindo no Sahel e no Golfo da Guiné, numa altura em que a Nigéria exerce a presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO – que integra os lusófonos Guiné-Bissau e Cabo Verde).
O MNE refere os principais temas a serem discutidos são os principais temas da agenda internacional e a participação de ambos os países no G20 serão outros dos assuntos em destaque.
Também na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português será recebido, em Abuja, pelo presidente da comissão da CEDEAO, Omar Touray, com quem irá discutir a situação em vários países da África Ocidental e na região, desde logo no âmbito da paz e segurança, e a cooperação entre Portugal e esta organização regional.
O ministro estará, ainda na sexta-feira, com empresários portugueses que trabalham na Nigéria.
Já em Ruanda, na segunda-feira, irá reunir-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, Vincent Biruta, para debater a cooperação bilateral, que, de acordo com a nota do MNE, “tem vindo a crescer em áreas como a energia, investimento e comércio ou ainda a segurança e defesa”.
Alguns dos tópicos regionais e internacionais, que serão debatidos, são, nomeadamente a República Centro-Africana — onde Portugal tem militares no âmbito das missões das Nações Unidas e União Europeia -, os Grandes Lagos e a situação em Cabo Delgado, norte de Moçambique, palco de ataques rebeldes e para onde o Ruanda enviou efetivos no âmbito da missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) contra o terrorismo.
Ainda na segunda-feira, João Gomes Cravinho irá ter encontros com diversas autoridades daquele país e visitará projetos apoiados pela União Europeia (UE), no âmbito do ‘Global Gateway’ e que contam com a participação de empresas portuguesas.
A visita do chefe da diplomacia portuguesa ao continente africano, termina na Etiópia, país que acolhe a sede da União Africana (UA). Portugal foi convidado, pelas autoridades das Comores, que assumem, atualmente, a presidência rotativa, para participar no Diálogo Político de Alto Nível sobre Governança dos Oceanos e Economia Azul, no âmbito do 44.º Conselho Executivo da UA.
João Gomes Cravinho será orador neste evento coorganizado pelas Comores, Seychelles, Portugal e pela Africa-Europe Foundation, com o apoio da Comissão da União Africana, e que visa “reforçar a parceria entre África e Europa neste tema em que os dois continentes têm um interesse partilhado e um forte potencial a capitalizar”, explica a nota do Palácio das Necessidades.
À margem desta reunião, que reúne os chefes da diplomacia da UA, o ministro português reúne-se também, em Adis Abeba, com vários dos seus homólogos, bem como com o novo secretário-executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para a África (UNECA), Claver Gatete; com o comissário da União Africana para a Paz e Segurança, Bankole Adooye, e com a comissária da UA para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente, a angolana Josefa Sacko.
O MNE sublinha que “esta será, assim, uma oportunidade para reafirmar o compromisso de Portugal na cooperação com a União Africana nestes domínios, bem como no que toca à promoção da língua portuguesa”.
