Ex-autarca de Caminha Miguel Alves foi absolvido

“Aquilo que aconteceu não vai trazer de volta a alegria da minha família, o que eu podia fazer no Governo”, lamentou ex-secretário de Estado de António Costa, que se demitiu em novembro de 2022, na sequência do processo judicial.

O tribunal de Viana do Castelo absolveu, esta quinta-feira, o ex-presidente da Câmara de Caminha Miguel Alves.

O coletivo de juízes deu como “não provada” acusação de prevaricação de titular de cargo político feita pelo Ministério Público, e sublinhou que esta não foi apoiada “por quaisquer meios de prova”.

A empresária Manuela Sousa, acusada no memo processo, que envolvia a contratação pública de serviços de assessoria de comunicação para o município, também foi absolvida.

À saída do tribunal, o ex-autarca socialista, que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro após ter sido conhecida a acusação, mostrou-se satisfeito com a absolvição, mas frisou que o que aconteceu não traria de volta a “alegria” da sua família ou que poderia ter feito pelo Governo.

“Há coisas que já não voltam”, disse, citado pelo Jornal de Notícias, e acrescentou: “Temos de ponderar quanto vale o princípio da presunção da inocência. A Justiça não se acantona na denúncia, na investigação, na acusação. Faz-se da dialética entre as versões, com a defesa. Sempre reclamei inocência. Sabia que não tinha cometido qualquer ato ilegal”.

Recorde-se que o Ministério Público acusava Miguel Alves de ter violado as regras de contratação pública ao acordar com a empresária Manuela Sousa serviços de assessoria de comunicação para o município de Caminha, “sem qualquer procedimento de contratação pública”.