Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua debateram esta sexta-feira nos estúdios da RTP.
Sobre um possível acordo à esquerda, o líder do PS afirma que ainda não lhe foi feito “nenhum repto, mas se fosse para fazer qualquer acordo pré-eleitoral”, tinha-se “feito uma coligação pré-eleitoral. Estamos concentrados no nosso programa”, responde, acrescentando que o apelo que faz “não é ao voto útil, mas ao voto no PS”.
Por sua vez, Mariana Mortágua afirma que é preciso haver “clareza” e “confiança” das pessoas sobre uma nova era, onde a maioria absoluta socialista esteja no passado. “A clareza é que mobiliza para o voto, a certeza de que há soluções para as grandes questões, grandes preocupações”. E explica o porquê: “Quando olhamos para a Saúde vemos o desastre das políticas da maioria absoluta”.
O tema muda para a Justiça. Sobre as explicações da PGN, na sequência da crise na Madeira, Pedro Nuno considera que “muito positivo que a PGR tivesse trazido explicações sobre um caso mediático”.
“Foi positivo, acho muito importante que a PGR perceba que tem de dar esclarecimentos. caíram dois governos num curto espaço de tempo”, acrescenta.
“Confio na Justiça, e é importante que a procuradora dê a cara e explicações, porque a Justiça faz parte da democracia”, diz, por sua vez, Mariana Mortágua, que diz ser “incompreensível” a detenção de arguidos durante 21 dias.
Já sobre nacionalizar a REN, Mortágua diz: “As privatizações foram um desastre, perdemos a maior tecnológica — a PT, destruída e entregue à Altice”, começa. “Não há soberania estratégica nem capacidade industrial sem empresas que são centrais” e, a “prioridade” para o BE para esta legislatura, é a REN, uma vez que é a empresa “quem gere a rede energética do país”.
“Fui sempre muito crítico das privatizações, mas, entretanto, o que lá vai lá vai”, responde Pedro Nuno, sobre o mesmo tema. “Não está no nosso horizonte reverter nenhuma das privatizações, o que não quer dizer que tenham sido bem feitas”.
Passam agora para o tema da `Saúde. Mariana Mortágua afirma que “o problema” da saúde é que estes “estão a drenar os fundos do SNS e em certa medida a usar fundos que deviam reforçar o SNS”. A líder do bloco diz ainda que a estratégia da maioria absoluta “para o SNS falhou”.
Já Pedro Nuno afirma que a “preocupação comum é que tanto o PS como o BE querem defender o SNS e investir no SNS. Mas quando ouvimos o BE só ouvimos a valorização das carreiras médicas” e diz que não tem dúvidas de que isso é necessário.
Para o PS, a valorização dos profissionais são importantes, sim, mas “há que reforçar as equipas que fazem hospitalização domiciliária, temos de ter equipas médicas que trabalhem com os médicos dos lares, para que os idosos não tenham de ir aos hospitais e urgências, e que possam prescrever exames”, defende.