CGD avança com atualização salarial média de 3,25%

Com esta atualização, 80% dos trabalhadores passam a auferir uma remuneração superior a €2.000.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) decidiu avançar com uma atualização salarial média de 3,25%, que será aplicada no salário deste mês, com efeitos a 1 de janeiro. A decisão é tomada enquanto ainda decorrem negociações com os sindicatos, que já rejeitaram este valor.

Numa comunicação enviada esta segunda-feira  aos trabalhadores, a CGD adianta que “a atualização média de 3,25% corresponde, em cada nível remuneratório da tabela salarial, a um aumento mínimo de 3%, com aplicação do mínimo de €52,63 euros.

Já o subsídio de refeição aumenta de €12,50 para €12,91 euros e o subsídio de apoio ao nascimento sobe de €900 para €1.000 euros. A informação foi partilhada na comunicação aos trabalhadores.

Com esta atualização, acrescenta a comunicação, citada pela agência Lusa, 80% dos trabalhadores passam a auferir uma remuneração superior a €2.000.

O banco público realça que os aumentos salariais para 2024 ainda não foram acordados em sede de contratação coletiva de trabalho, mas “em função do atual contexto económico, considera […] que é do melhor interesse proceder à valorização imediata dos salários e promoção das condições de vida dos colaboradores da CGD”.

A proposta de aumento de 3,25% foi a segunda apresentada, depois dos 3% iniciais, ao STEC, Mais Sindicato, SBN e SBC. No entanto, destaca a nota aos trabalhadores, esta foi recusada por estes sindicatos, numa altura em que as propostas salariais conhecidas no setor são de 2%. 

“No decurso normal de um processo negocial, e após a realização de apenas três reuniões negociais, […] o STEC [Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos], sem aviso, entendeu desvalorizar as negociações através de um pré-aviso de greve (formulado posteriormente pelo MAIS, SBC e SBN)”, critica o banco liderado por Paulo Macedo. 

“Não se compreende, assim, o intuito subjacente à convocatória de uma greve na Caixa, o que não sucede na restante banca e pese embora a CGD tenha apresentado a melhor proposta de revisão salarial do setor”, lê-se na nota.

Na semana passada, as estruturas sindicais anunciaram que “depois de mais uma reunião de negociação infrutífera” decidiram “convocar uma greve no banco para 1 de março”, defendendo que “os trabalhadores têm direito a aumentos salariais dignos”.