“Se a solidariedade e a tolerância são para si pilares essenciais na vida de uma sociedade livre, igualitária, económica e socialmente desenvolvida, o PS é o seu Partido”, lê-se assim que se abre a página oficial do Partido Socialista. Já há muito que o partido tem estado envolto em várias polémicas ligadas à corrupção e, mais recentemente – graças a isso foram convocadas eleições de 10 de Março –, o país foi surpreendido com a demissão do primeiro-ministro, António Costa, na sequência da Operação Influencer. O que estará a fazer o partido para recolher votos nesta altura?
Os slogans do partido Em termos de slogans, parece que o PS não se tem esmerado. Nos outdoors que encontramos pela capital, a cara do candidato Pedro Nuno Santos acompanha as frases “Portugal Inteiro”; “Mais ação” e “Abril Começa em Março”. Mas nem mesmo assim – sem provocações – o partido se livra das vandalizações.
Há duas semanas, o Partido Socialista apresentou uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República contra desconhecidos pela vandalização de cartazes no Algarve com “inscrições ofensivas que promovem o insulto e incitam à violência”: “A (…) rede de outdoors foi totalmente danificada, com inscrições ofensivas, de forma repetida e organizada”, lê-se no documento dos socialistas, que afirmam condenar a vandalização do material de campanha, ato que classificam como “a total ausência de espírito democrático dos autores deste crime contra a liberdade política e de expressão”. O partido encabeçado por Pedro Nuno Santos reafirma o compromisso com os valores de Abril pelos quais, “hoje como há 50 anos, está determinado a lutar, na defesa da Constituição da República e do projeto europeu e contra o obscurantismo, o isolacionismo e o retrocesso democrático”.
Redes Sociais
Ao contrário de outros partidos já analisados pelo i, o Partido Socialista parece bastante “sóbrio” nos conteúdos que partilha nas suas redes sociais. Quase sempre com o mesmo layout, as imagens são quase todas preenchidas com a cara do líder do partido, mudando as frases que as acompanham, quer sejam coisas que o partido defende, quer coisas que Pedro Nuno Santos disse nos vários debates com os seus adversários: “Com a direita é como jogar à lotaria”; “O programa macroeconómico do PSD é um ato de fé”; “A resposta para os problemas do SNS não é desistir dele”; “O que eu quero é que o país faça mais”; “Quem promete balas de prata em material de habitação, está a enganar as pessoas”. Além das fotografias do cabeça de lista do partido rodeado de pessoas, a abraçá-las, a conversar com elas, no seu Facebook, o partido socialista tem partilhado as medidas que defende.
No Instagram, o partido aposta na mesma estética, desta vez com mais vídeos onde ouvimos as intervenções de Pedro Nuno Santos pelo país sobre os mais diversos temas. Mas o PS não se fica por aí. Parece que aposta bastante nos vídeos que publica e que se aproximam de quase “documentários”, com pessoas que contam as suas experiências pessoais e que vão contra os outros partidos. E faz questão de mostrar também o seu lado mais descontraído. Por exemplo, numa publicação de dia 13 de fevereiro vemos Pedro Nuno Santos acompanhado de dois aliados a comer fast food e a jogar matraquilhos. “Os dias de campanha são uma experiência extraordinária. Por onde quer que passemos, de onde quer que venhamos, levamos sempre mais do que aquilo que deixamos. As conversas, os momentos de cumplicidade, às vezes as coisas mais simples do quotidiano, tudo soma a esta jornada única. Faz tudo parte do caminho. Sinto-me grato por isso”, lê-se na legenda que acompanha a série de fotografias partilhadas.
Já no Tik Tok, o Partido Socialista acaba por acompanhar a mesma linha que as outras redes sociais. Uma das únicas diferenças é que aqui também são partilhadas intervenções de outros membros do partido, como é o caso de António Vitorino, Giacomo Filibeck, Eduardo Vítor Rodrigues e João Torres. Além disso, o PS tem também conteúdos explicativos sobre os mais diversos temas. “Então mas agora o Estado quer ficar com a minha casa?”; “É verdade que o Governo proibiu o alojamento local?”; “Afinal o que é o Mais Habitação?”; “O senhorio quer atingir os senhorios com estas medidas?”.