O presidente da Venezuela chamou “nazi” ao canal de notícias alemão Deutsche Welle (DW). Nicolás Maduro, falava após a exibição de uma reportagem sobre a corrupção no país da América do Sul.
O canal público alemão foi retirado da grelha de programação, sem se saber a data exata, de uma das maiores operadoras de TV por cabo do país e nem o governo venezuelano nem a DW informaram se foi tomada alguma medida contra o serviço.
Maduro acusou a DW de participar numa campanha mediática contra a Venezuela, acusação que repetiu em diversas ocasiões. “Há uma campanhazinha dirigida pela CNN, Associated Press, por todos esses meios, entre eles um nazi da Alemanha, a Deutsche Welle. Uma campanha a dizer que os venezuelanos são responsáveis por todos os crimes cometidos hoje no mundo”, disse o presidente no seu programa semanal na TV.
“Alerta quanto a essa campanha, que é para manchar a Venezuela e, assim, tentar manchar-me”, acrescentou Maduro.
A DW publicou uma reportagem sobre corrupção que acusa políticos do alto nível da Venezuela de envolvimento no narcotráfico, na mineração ilegal e em extorsão. Maduro também criticou relatos sobre a expansão do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua em países latino-americanos.
O ministro da Comunicação acusou mais cedo a DW de “mentir, difamar e espalhar o ódio contra a Venezuela”, numa mensagem publicada na rede social X. Freddy Ñáñez disse ainda que a reportagem feita pelo canal alemão é falsa.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa e organizações que defendem a liberdade de expressão denunciaram “uma escalada” contra os meios de comunicação na Venezuela durante duas décadas, documentando o encerramento de mais de 200 jornais, rádios e TV.