Infeções sexuais disparam em Portugal, e na Europa

Os principais afetados são os jovens dos 20 aos 24 anos

As infeções sexualmente transmissíveis como gonorreia, clamídia e sífilis dispararam em Portugal, e na Europa. Os principais afetados são os jovens dos 20 aos 24 anos, revelam os últimos relatórios epidemiológicos anuais do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) divulgados esta quinta-feira. 

Em Portugal, a notificação de casos de gonorreia aumentou de 1.252 em 2021 para 2.253 em 2022. Em 28 países da União Europeia/Espaço Económico Europeu (UE/EEE), em 2022, houve 70.881 casos confirmados de gonorreia. A taxa bruta de notificação é de 17,9 casos por 100.000 habitantes, um aumento de 48% na taxa comparando com 2021 e de 59% com 2018.

“O ano de 2022 marca o maior número de casos de gonorreia na UE/EEE na última década e desde o início da vigilância europeia de IST [infeções sexualmente transmissíveis] em 2009”, alerta a ECDC, citada pela agência Lusa. 

Nos relatórios divulgados esta quinta-feira, a maioria (25/28) dos países registou aumentos em 2022 na notificação de gonorreia. Aqui, há 12 países com crescimentos superiores a 50%: Portugal, Espanha, Bulgária, Chipre, Estónia, Finlândia, Irlanda, Itália, Letónia, Liechtenstein, Noruega e Polónia.

Também a notificação de casos de clamídia subiu em Portugal, de 914 casos em 2021 para 1.501 casos em 2022. Em 27 países da UE/EEE foram notificados 216.508 casos confirmados de infeção por clamídia em 2022. A taxa bruta de notificação foi de 88 casos por 100.000 habitantes, mais 16% do que a taxa de 2021.

A maioria destas notificações de clamídia refere-se a mulheres com idades entre os 20 e os 24 anos, apesar de, entre 2018 e 2022, o número de casos de clamídia notificados como transmissão entre homens que fazem sexo com homens (HSH) aumentar 72%.

Também a sífilis aumentou em Portugal, de 1.144 casos notificados em 2021 para 1.534 em 2022, tendo em 29 países da UE/EEE sido registados 35.391 casos confirmados de sífilis. O número significa uma taxa bruta de notificação de 8,5 casos por 100.000 habitantes.

O relatório da ECDC mostra a taxa mais elevada de casos de sífilis em Malta (24,4 casos por 100.000 habitantes), seguida pelo Luxemburgo (23,4), Irlanda (16,6), Espanha (16,6), Liechtenstein (15,3) e Portugal (14,8). Taxas de menos de três casos por 100.000 registaram-se na na Croácia, Estónia, Letónia, Roménia e Eslovénia.

O “aumento significativo” do número de casos de IST notificados em 2022, face ao ano anterior, com os casos de gonorreia a aumentar 48%, os de sífilis 34% e os de clamídia 16%, sublinham a necessidade “urgente de medidas imediatas” para prevenir novas transmissões e mitigar o impacto das IST na saúde pública, diz a ECDC.