CDU. “Vamos estar na primeira linha de combate à política de direita”, diz Paulo Raimundo

A CDU obteve, em território nacional, 202.565 votos. Ou seja, 3,30%

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, que é igualmente eleito à Assembleia da República, reagiu aos resultados apurados. “O resultado obtido pela AD constitui um fator negativo para a resposta e solução de problemas com que os trabalhadores e o povo se confrontam”, disse, afirmando que o programa eleitoral da AD é “um projeto de ataque a direitos dos trabalhadores e agravamento das condições de vida do povo, aos salários, às pensões, aos serviços públicos”.

Da AD ao Chega, Paulo Raimundo reagiu a todos os números e prevê que as discussões sobre entendimentos entre a AD, a IL e o Chega vão “preencher o debate mediático”, mas explica igualmente que essa discussão “nada deve iludir o que o projeto da AD constitui por si só” e menciona os fatores que estão em causa: “Agravamento da vida do povo e degradação dos serviços públicos”. “A confirmar-se, o resultado da AD é inseparável das opções de governação do PS”, continuou, acusando o PS de gerar “legítimo descontentamento” durante os anos de maioria absoluta, que “favoreceu o discurso demagógico, nomeadamente do Chega”.

O secretário-geral do PCP realçou que o partido enfrentou “hostilidade e uma prolongada falsificação” dos seus posicionamentos (como a problemática da guerra na Ucrânia) e uma “forjada disputa de dois candidatos a primeiro-ministro”, uma referência a Pedro Nuno Santos e a Luís Montenegro. “Aqui estamos, para dizer o mesmo que dissemos durante toda a campanha eleitoral: podem contar com a iniciativa da CDU, vamos estar na primeira linha de combate à política de direita”, apontou.

Paulo Raimundo não acredita que haja transferência de votos do PCP para o Chega, em distritos como Beja (onde o PCP não conseguiu eleger pela primeira vez, desde o 25 de Abril). “Afirmei e volto a afirmar, não há nenhuma possibilidade de haver transferência dos nossos votos para o Chega”, frisou e ainda acrescentou que em Beja, a CDU “aguentou fundamentalmente” os seus votos. “Enfrentámos uma campanha onde nos procuraram sempre mandar para baixo. Partiram do princípio que não íamos ter representação parlamentar”, justificou.

A CDU obteve, em território nacional, 202.565 votos. Ou seja, 3,30%.