O líder do Chega afirmou que confrontou Marcelo Rebelo de Sousa, na sua audiência no Palácio de Belém, as informações que davam conta de que o Presidente da República não queria um Governo com o Chega e que o chefe de Estado negou.
“Posso dizer-vos que o senhor presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente que tivesse manifestado qualquer intenção de impedir que o Chega fizesse parte integrante ou liderante, ou de qualquer outra forma, do Governo da República””, disse André Ventura, em declarações após o encontro com Marcelo, que terá dito: “Não faria nenhum sentido. Quem escolhe é o povo”.
O presidente do Chega, o terceiro partido mais votado nas eleições de dia 10 de março, informou o chefe de Estado que não existia qualquer acordo com a Aliança Democrática, coligação entre PSD, CDS e PPM, encabeçada por Luís Montenegro, “que permita garantir estabilidade para um Governo a quatro anos”.
Para Ventura, os resultados das legislativas mostram que os portugueses querem que a AD e o Chega se entendam. No entanto, “os votos não se vendem. Se dizem ‘não é não’, têm de procurar no PS a viabilização”, sublinhou. “Num acordo de governo, faz sentido que as pessoas e políticas estejam entrosadas. Não nos podem pedir para aprovar um Orçamento sem o negociarmos”, acrescentou.
Sobre os círculos da emigração, cujos votos começaram a ser contados hoje com os resultados a serem conhecidos na quarta-feira, o líder do Chega mostrou-se confiante com a possibilidade de vir a aumentar o grupo parlamentar.
“Temos muita expectativa em relação aos deputados que estão a ser eleitos com a contagem dos votos dos círculos da emigração”, disse. “Os dados que temos até ao momento são de uma forte participação de apoiantes do Chega, quer na Europa, quer no Círculo Fora da Europa, e por isso dá-nos uma esperança de poder eleger também nos círculos da emigração, aumentando ainda mais os 48 deputados, continuou o deputado”, acrescentou.
Por outro lado, no caso de o PS vir a ser o partido mais votado, o Chega “fará oposição ativa” e “não contribuirá para um governo” socialista nem aceitará “a indigitação de Pedro Nuno Santos” como primeiro-ministro.