O primeiro-ministro destacou esta quarta-feira que vai deixar funções com sentido de missão cumprida, sublinhando os resultados do Governo em várias áreas. António Costa admitiu que gostaria de ter avançado “mais depressa” em alguns setores, como a habitação.
António Costa, em conferência de imprensa, em São Bento, apresentou um ‘PowerPoint’ em que destacou vários resultados do seu Governo, salientando que os últimos oito anos foram de “múltiplas crises” às quais o executivo procurou responder. O chefe do executivo referia-se à crise financeira no início do mandato, aos incêndios florestais, à pandemia e à inflação provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
O primeiro-ministro salientou que, apesar destas crises, Portugal conseguiu convergir em termos de crescimento económico com a média europeia em seis dos últimos oito anos, além de ter conseguido aumentar o salário mínimo e médio e as pensões. E mencionou a criação de emprego.
No período de perguntas e respostas, António Costa foi questionado se, além do balanço positivo que faz, também reconhece algumas áreas onde não se avançou, tendo o primeiro-ministro respondido que “basta ouvir a oposição para seguramente encontrar muitas críticas”.
O chefe do Governo deu o exemplo da habitação para reconhecer ter havido “matérias sobre as quais gostaria de ter avançado mais depressa, medidas que tomámos que não funcionaram como nós desejámos”. Costa recordou que, logo no início do seu primeiro Governo, foi criado o Fundo Nacional de Reabilitação e Edificação Urbana, “que manifestamente não teve os resultados” desejados e “atrasou bastante a haver resultados na área da política de habitação”.
Depois, o primeiro-ministro cessante sublinhou que há também outras áreas “onde há habitualmente muitas críticas” que não são difíceis de reconhecer quando se olha “objetivamente para os resultados”. Costa deu o exemplo da saúde.
“Seguramente ao novo Governo não lhe faltarão problemas para resolver nem medidas para adotar para resolver esses problemas. (…) Há uma coisa que cada Governo que chega pode estar assegurado: o seu posto de trabalho não vai ser extinto por desnecessidades, porque há sempre problemas que o Governo que sai deixa”, disse.