Celebrar a Liberdade promovendo o Bem Viver

O trabalho com pessoas, grupos e comunidades implica, cada vez mais, por parte dos assistentes sociais, uma ação orientada tendo presente os valores e princípios de respeito e uma habilidade necessária para interactuar em situações de diversidade e complexidade.

Partilho algumas reflexões sobre o Dia Mundial do Serviço Social, que se celebrou este ano a 19 de Março. Todos os anos, este é um dia relevante em que os assistentes sociais de todo o mundo refletem sobre um tema comum, promovendo a profissão e dando a conhecer a sua intervenção junto das comunidades e da sociedade em geral.

O tema deste ano, lançado pela Federação Internacional dos Assistentes Sociais (FIAS) “Bem Viver: compartilhar o futuro para uma mudança transformadora”, enfatiza a necessidade dos assistentes sociais adotarem na sua intervenção abordagens inovadoras, emancipadoras, humanizadas e lideradas pela comunidade, baseadas no conhecimento, sensibilidade e bagagem cultural das populações com quem intervêm, assentes na harmonia com a natureza. Este lema, remete-nos para o papel transformador que os/as assistentes sociais desempenham na promoção e desenvolvimento de mudanças positivas, na defesa e coesão de comunidades e populações, promovendo o respeito mútuo, na sustentabilidade e na liberdade.

Este dia é, pois, uma oportunidade para profissionais e estudantes de serviço social e a comunidade em geral refletirem sobre a relevância do trabalho destes na sociedade, e especialmente na conceção, implementação e fortalecimento de políticas públicas mais justas e equitativas, que promovam verdadeiramente o respeito pela diversidade, equidade, justiça social, liberdade e o bem-estar de todos os cidadãos. Celebrar a liberdade é, sem dúvida, promover o bem viver, a felicidade das pessoas com quem intervimos, possibilitando uma vida harmoniosa e equilibrada, baseada em valores e princípios éticos.

O Serviço Social é, sem dúvida, uma profissão que faz a diferença na vida daqueles com quem intervém, podendo permitir respostas sociais – económicas, de saúde, habitação, trabalho, inserção, educação, cultura e outras – e de encontro com a comunidade de origem e/ou em que se inserem. O trabalho com pessoas, grupos e comunidades implica, cada vez mais, por parte dos assistentes sociais, uma ação orientada tendo presente os valores e princípios de respeito e uma habilidade necessária para interactuar em situações de diversidade e complexidade, tantas vezes traumática para aqueles com quem trabalhamos: de fuga a conflitos violentos, crises económicas e ambientais, vítimas de atentados contra a liberdade de expressão, violação dos direitos humanos, diferentes línguas, culturas e religiões, e tantos outros desafios que nos interpelam a ter presente, uma intervenção pautada pelas dimensões éticas, humanas, relacionais, culturais, políticas, reflexivas, críticas e construtivas, entre outras.

A recente constituição da Ordem dos Assistentes Sociais e a promulgação dos respetivos estatutos, após muitos anos de luta de várias gerações de profissionais, invoca-nos a comemorar com liberdade, alegria e entusiasmo o dia do Serviço Social: para co-criar Bem-Viver.

Diretora da Licenciatura em Serviço Social
Universidade Lusófona – Centro Universitário de Lisboa