Sempre que se marcam eleições legislativas os vários partidos concorrentes, tudo fazem para ter sucesso, mesmo fazendo promessas que são impossíveis de concretizar. Para uns pouco importa, porque o seu objetivo é serem eleitos para o Parlamento e não para ser Governo. Mas outros com mais dimensão e tendo a intenção de vir a ser Governo podem ser responsabilizados por tanto prometerem e pouco cumprirem.
Em Portugal, no regime democrático e já vai para 50 anos, a alternância de Governo, tem sido exercido por dois partidos políticos, PS ao centro-esquerda e PSD ao centro-direita. Umas vezes Governo de maioria absoluta outras de maioria relativa, mas sempre respeitando os valores democráticos instaurados na revolução de Abril de 1974.
Às vezes questionamos se um Governo de maioria absoluta é mais eficaz a aplicar as medidas que prometeu do que um Governo minoritário que é mais limitado e mais frágil. Penso que é um engano e o nosso percurso democrático assim o tem demonstrado. A título de exemplo em 2015 o PS formou Governo mesmo perdendo as eleições, porque no Parlamento negociando com pequenos partidos conseguiu maioria e completou a legislatura com algum sucesso. Em 2022 em eleições o mesmo partido PS e o mesmo primeiro-ministro, tiveram uma ampla maioria absoluta no Parlamento e para surpresa apresentou a demissão em menos de dois anos.
50 anos de democracia e liberdade e o começo de uma nova legislatura, terminou um Governo de maioria absoluta e começa um novo Governo de minoria no Parlamento. Os dois são democráticos e foram aprovados pela Assembleia da República, mas tendo a mesma legitimidade só governam enquanto tiverem a confiança do Parlamento.
Como se costuma dizer ‘tudo tem um princípio e um fim’. No século XXI o mundo está em mudança acentuada, guerras completamente absurdas, que nem sequer são feitas por qualquer ameaça, mas sim por líderes fanáticos que desprezam a vida humana, simplesmente se movem pela conquista de território e um lugar na história ex. Rússia/Ucrânia, Israel/Palestina. Países como os Estados Unidos, Brasil, Argentina, Venezuela, China, Coreia do Norte a maioria dos países árabes e africanos e alguns países europeus, estão a governar em regime de ditadura, alguns racistas e xenófobos, outros pelo seu procedimento estão a implementar os mesmos métodos de opressão para com os seus cidadãos.
Portugal está imune a estes procedimentos e estes regimes? Não, 48 anos de ditadura em regime totalitário e 50 anos de regime democrático e liberdade plena, como diz António Costa, PS e PSD, não souberam interpretar nem dar esperança de futuro a muitos portugueses e Passos Coelho, diz que é preciso ler os sinais dos portugueses, que em menos de dois anos deixaram de acreditar naqueles dois partidos de alternância no Governo. Eles são as duas maiores referências políticas deste século em Portugal.
Se fizermos uma análise do porquê da perda de votação e de confiança no PS e no PSD concluímos que quem nasceu em regime de ditadura, viver em democracia é o seu maior tesouro. Quem nasceu em democracia, sendo a maior parte da população, é muito fácil acreditar em políticos demagogos mentirosos que tudo prometem dando falsas esperanças, pois o seu objetivo é alcançar o Poder e acabar com a liberdade