IP passou de lucros a prejuízos em 2023

Empresa justifica valor negativo com a “aplicação das alterações à legislação fiscal introduzidas pela Lei do Orçamento do Estado de 2023, nomeadamente, o efeito conjugado da introdução no Estatuto dos Benefícios Fiscais do Regime Fiscal do Incentivo à Capitalização das Empresas com a alteração do regime de deduções de perdas fiscais”. 

A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou, esta quarta-feira, que fechou 2023 com prejuízos de 18,8 milhões de euros, comparando com com lucros de 48,3 milhões de euros em 2022.  

A empresa, através da informação divulgada da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), justifica o valor negativo com a “aplicação das alterações à legislação fiscal introduzidas pela Lei do Orçamento do Estado de 2023, nomeadamente, o efeito conjugado da introdução no Estatuto dos Benefícios Fiscais do Regime Fiscal do Incentivo à Capitalização das Empresas com a alteração do regime de deduções de perdas fiscais”. 

Assim, o volume de negócios do grupo foi, em 2023, de 1201 milhões de euros, mais 30 milhões de euros do que em 2022. Já o EBITDA (resultado operacional) desceu 62 milhões de euros para 448 milhões de euros. 

Miguel Cruz, presidente executivo da IP, destaca o investimento em 2023 nas redes ferroviária e rodoviária (excluindo manutenção e encargos com PPP) que ascendeu a 621 milhões de euros, mais 31% face a 2022 e o valor mais alto desde 2010. Desse valor, 550 milhões de euros foram para a requalificação e modernização da Rede Ferroviária Nacional, diz o responsável, na nota. 

Poe sua vez, os gastos operacionais do grupo aumentaram 82 milhões de euros para 1163 milhões de euros e a dívida desceu 288 milhões de euros para 3.857 milhões de euros.