Os extremos não convivem com a liberdade

O PS e o PSD que têm sido alternativas de Governo, prepararam-se a dar solução a esta nova geração nascida em democracia?

Se fizermos uma retrospetiva histórica o século XX foi sem qualquer dúvida o mais catastrófico, com duas guerras mundiais e outras também com grande impacto mundial, novos países e tantos outros acontecimentos, mas trouxe mais desenvolvimento e mais conhecimento á humanidade. Se nos reportarmos a Portugal a história é bem recheada de acontecimentos, começando a 5 de Outubro de 1910 o fim da Monarquia através duma sublevação militar organizada pelo Partido Republicano Português, que saiu vitoriosa, começando assim a implantação da República, onde houve várias mudanças, foram substituídos os símbolos nacionais: o hino nacional, a bandeira e a moeda.

Assim começa um novo regime revolucionário, muito frágil e pouco organizado e a Primeira República que teve uma existência breve de 1910/1926, teve 8 Presidentes da República e 45 governos. Com tanta anarquia era inevitável um golpe militar e em 28 de 1926 foi derrubado o regime liberal-republicano.

Com a dissolução do Parlamento, é nomeado a 30 de maio de 1926, o primeiro governo de Ditadura Nacional, terminando com a entrada em vigor da Constituição portuguesa de 1933 e o começo do Estado Novo, um regime político ditatorial, autoritário, autocrata, e corporativista de Estado que vigorou em Portugal 41 anos ininterruptos, desde a aprovação da Constituição portuguesa de 1933 até ao seu derrube pela Revolução de 25 de Abril de 1974. Foi o lado negro da nossa história, um país isolacionista perdido numa ditadura assente na censura e no medo. Um Portugal “orgulhosamente só” e ostracizado pela comunidade internacional.

A Revolução de 25 de Abril de 1974 marca o início da vida democrática em Portugal. O golpe militar conduzido pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) põe termo ao regime autoritário do Estado Novo abrindo caminho para a democratização e desenvolvimento do país. Na realidade o 25 de Abril de 74 é um golpe militar, mas teve a intervenção e conivência de grandes Personalidades civis, onde se destaca Mário Soares e Álvaro Cunhal no exílio e por cá Sá Carneiro e toda a Ala liberal na Assembleia Nacional.

Nem tudo foi perfeito e dentro da própria estrutura militar e nos movimentos e partidos políticos de extrema-esquerda, houve a tentativa de implementar um regime totalitário e ditatorial anarca com o objetivo acabar com o capitalismo e com o Estado que foi imediatamente travado pelos militares moderados onde se destaca Ramalho Eanes e os civis que identifico.

A Revolução de Abril foi um sucesso e Portugal a nível diplomático passou a ser respeitado e a fazer parte de todas as instituições de maior relevo. A nossa emigração é de excelência tanto na formação como na educação, na ciência, na política nas universidades, no desporto e em tantos outros lugares o reconhecimento é global.

Portugal deixou de ser partido único em ditadura e passou a ter uma democracia consolidada através do voto em que todos os cidadãos são iguais.

Passado 50 anos a viver em democracia, os partidos políticos que compõem a Assembleia da República, nomeadamente PS e PSD que têm sido alternativas de Governo, prepararam-se a dar solução a esta nova geração nascida em democracia? Os últimos resultados eleitorais, demonstram que não deram. E hoje existe uma grande probabilidade de um partido de um homem só xenófobo, racista mal preparado e antidemocrático, continuar a crescer e vir a ser o destruidor da democracia e liberdade.