A União Europeia (UE) está a analisar um novo pedido de apoio às Forças Armadas do Ruanda que combatem o terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
«De facto, temos vindo a apoiar financeiramente as forças do Ruanda e recebemos o pedido. Neste momento, está a ser analisado», disse a comissária europeia para as Relações Internacionais, Jutta Urpilainen, numa visita a Maputo.
Ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, a UE já tinha aprovado em 2023 um apoio de 20 milhões de euros às forças ruandesas em Cabo Delgado, no combate aos grupos terroristas que operam na região.
Para ser disponibilizado o novo apoio, é necessária a aprovação por parte de todos os Estados-membros.
De acordo com a UE, este mecanismo assegura uma avaliação adequada dos riscos e medidas de atenuação, em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos, o direito internacional humanitário e a legislação comunitária em matéria de exportação de armas.
Estado Islâmico
O Ruanda está a reforçar o atual contingente de mais de 2.500 militares que combate os grupos insurgentes em Cabo Delgado, que enfrenta desde enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo terrorista Estado Islâmico. A rebelião tem sido combatida desde 2021 com o apoio dos militares do Ruanda e dos países da África austral.
A situação levou à suspensão, em 2021, do megaprojeto de gás natural em Palma da petrolífera francesa TotalEnergies. O investimento estava orçamentado em de 20 mil milhões de dólares (cerca de 18,6 mil milhões de euros).
Ao longo dos meses, têm sido relatados diversos ataques, tendo o Ministério da Defesa confirmado no mês passado mais um «ataque terrorista» durante a madrugada.