Portugal é um país com muito de bom. À beira-mar plantado, oferece uma variada ‘carta’ gastronómica, um clima muito diferenciado, boas zonas para praticar desporto e paisagens de cortar a respiração. Juntamos os vinhos apreciados por muitos, as praias para todos os gostos – até as fluviais – e tudo isto aqui tão perto. É que Portugal é um país pequeno mas não se come em Bragança o mesmo que se come em Elvas e os vinhos do Dão não têm o mesmo sabor que os do Alentejo. Mas fica tudo pertinho e ao alcance de todos para experimentar, conhecer e usufruir.
Assim, o i falou com quem sabe do que fala. Revelam-nos as suas escolhas a vários níveis para ficarmos a conhecer um pouco mais do nosso país através dos olhos de quem realmente conhece essas zonas.
Gastronomia
Os olhos também comem, diz o ditado. E foi exatamente isso que aconteceu a Teresa Viegas quando decidiu, ao acaso, conhecer uma nova zona do país. É de Lisboa, não tem ‘terra’ e queria conhecer um novo local, longe do que está na moda. E sabia que queria comer bem. “Uma viagem gastronómica, podemos chamar-lhe. Mas mais ou menos às escuras”, conta. Visitou vários sites na internet e escolheu a Guarda. Isto muito antes de a cidade ter sido nomeada Destino Gastronómico do Ano, em 2023. Mesmo antes de provar, os olhos ficaram fascinados pelo cabrito assado no forno, o bacalhau à Conde da Guarda, o caldo de grão, a sopa de vagens secas… “Tudo maravilhoso”, confessa. “Para não falar dos queijos”, acrescenta. Desde essa altura que tenta visitar a cidade pelo menos uma vez por ano e até já tentou recriar pratos. “É impossível fazê-lo como as mãos daquelas gentes o fazem. Deve estar-lhes no sangue”, diz.
Para Maria Ferreira não há nada como o centro do país, mais concretamente a região de Viseu. Mora em Lisboa mas nasceu nessa região e é por isso que diz gostar de “uma mesa farta”. Foi assim que foi habituada. E grande parte dos restaurantes dessa zona confecionam também dessa forma farta. “Sabe a casa”, diz. O destaque vai, claro, para o cabrito, borrego e vitela assados, acompanhados com arroz de forno.
Ao nível de peixe, sendo interior a escolha é menos variada, mas enguias são também muito consumidas na região. E os doces são a perdição de muitos. Por isso, para Maria, é certo: “Não há região mais farta que esta, com mais variedade e tudo tradicional. Quem visita sai satisfeito, isso é certo”. E há ainda que destacar os enchidos. “Não há enchidos como na região de Lamego, são dos melhores que já provei”, confessa.
Quanto a vinhos, a região conjuga néctares do Dão e do Douro, que são os preferidos de Maria.
Para amantes de peixe, a conversa é outra. Vila Nova de Mil Fontes é o destino de eleição de Rita Silva e da família. E, nesta região, o destaque vai para a Tasca do Celso. As férias servem para comer peixe e, com o calor, “sabe melhor”, diz-nos. O arroz de polvo é o seu preferido mas há mais. Qualquer que seja o tipo de peixe que vendem “é sempre fresquinho” e “confecionado com amor”. “A acompanhar com um vinho branco da região, não há melhor”, confessa.
Praia, campo e clima
Isabel Ribeiro escolhe o Algarve como destino de férias há muitos anos. Começou a ir com os pais ainda pequena e não tem mudado com o passar do tempo. Ao nosso jornal confessa que não podia escolher melhor destino. “Para quem quer sol e praia não há melhor”, salienta.
As temperaturas elevadas atraem esta família que não se vê a fazer férias em outro local, mas em relação ao mês para ter o merecido descanso não hesita: “O mês de julho é o melhor, não só há menos pessoas como os preços são mais baixos”. Ainda assim, admite que nos últimos anos essa diferença se tem vindo a reduzir tanto que já quase não se nota.
A responsável financeira admite que a escolha exige dispensar grande parte do orçamento familiar. “As ofertas de alojamento apresentam preços cada vez mais altos e a somar há que contar com as despesas extra. Mesmo que a grande maioria das refeições seja feita em casa há sempre gastos adicionais, como as bolas de Berlim na praia ou os petiscos ao final do dia”.
Mas Isabel Ribeiro lembra que a água morna, o tempo quente e a possibilidade de “viver verdadeiras noites de verão” justificam este esforço.
Já Rui Teixeira não gosta das praias algarvias. Diz ter muita confusão. É, portanto, um verdadeiro apreciador de praias fluviais. Já correu várias zonas do país para experimentar várias e deixa duas de eleição: a Praia Fluvial do Lago Azul, em Ferreira do Zêzere, e a Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra. “Confesso que é-me difícil escolher apenas duas, até porque no centro do país conheço dezenas”. Destaca a calma, a limpeza e as ‘gentes’. “Acho mesmo que as pessoas deviam experimentar mais praias fluviais e acho que são um bom aproveitamento dos rios que banham regiões muitas vezes esquecidas. Estas infraestruturas levam pessoas, ajudam-nos a conhecer o nosso país, outras culturas, outras gastronomias e são de uma beleza inexplicável”, confessa.
Filipa Soares também não gosta de praia e por isso todos os anos viaja para a sua terra, perto do concelho de Tarouca, em Viseu. “É calmo, está calor, vivemos as festas da aldeia e temos uma quantidade enorme de piscinas e praias fluviais na região que nos permite na mesma apanhar sol e divertirmo-nos, estar com a família e perceber que é no centro do país que estão as melhores paisagens”, diz ao nosso jornal. “Acho que as pessoas deviam visitar mais os locais que não estão tão na moda. O nosso país tem muito para conhecer. E garanto: come-se mesmo muito bem no centro do país”.
Já Miguel Branco não dispensa os verões na Praia da Luz, em Lagos. Diz ao nosso jornal que, para fãs de sossego, não se pode encontrar melhor. “O Algarve é conhecido por alguma confusão de pessoas no verão mas esta praia é calma, não tem muitas pessoas e a água tem sempre uma temperatura muito boa”. O mesmo pode dizer-se das redondezas. “Não há muitas pessoas à noite e conseguimos passear descansados, sem grande confusão”.
Atividades desportivas
Carlos Silva mora em Lisboa e é um apaixonado por golfe, desporto que pratica sempre que pode nos tempos livres. Apesar de viver em Lisboa, o seu local de eleição para a prática deste desporto é o Algarve. Qualquer um dos campos da Quinta do Lago, mais concretamente, onde já viu muitas vezes o Open Portugal. “Como gosto muito de golfe, acaba por ser na Quinta do Lago que passo a maior parte das minhas férias. E pode aliar-se o desporto ao clima que, no Algarve, como todos sabemos, é ótimo”.
Mas não joga golfe apenas nas férias, pelo que destaca na zona da capital o Belas Clube de Campo. “Aqui é calmo, está perto de casa e também permite que possamos assistir a umas boas paisagens enquanto jogamos. Recomendo mesmo”, diz ao i.
Já Sérgio Nogueira, um fã de desportos náuticos, não abdica do sul do país, como o Algarve e a Costa Vicentina. “Portugal oferece diversas opções para a prática de desportos náuticos, como surf, windsurf, kitesurf e vela, e o sul do país é onde mais gosto de praticar”, revela. No entanto, alerta: “Esta é a minha opinião pessoal, outros poderão gostar de outras zonas. Até porque, em Portugal, tudo é bonito”.
Conseguimos falar ainda com Frederico Morais – mais conhecido por Kikas – que não tem dúvidas ao garantir que, em Portugal, os dois locais “mais consistentes” para praticar surf são Ericeira e Peniche. E justifica as suas escolhas: “Temos ondas com fundo de areia, ondas de pedra, esquerdas, direitas. Existem praias para quase todos os tipos de surf, super acessíveis, seja para um tipo de surf mais performance ou outro”.
Na opinião de Kikas, Ericeira e Peniche “são mesmo os dois sítios onde se consegue garantir que se vão apanhar boas ondas e fazer bom surf em Portugal”.
E porquê que recomendaria estas zonas? A resposta, para si, é fácil. É que não se trata só da modalidade em si. “Recomendaria principalmente pelo surf porque em termos de surf são mesmo as melhores mas numa de lifestyle diria que Ericeira é mesmo o melhor sítio, há ótimas praias, ótimos restaurantes, tem uma ótima onda, há eventos bonitos de música e festas, praias lindíssimas. É um sítio que ao mesmo tempo tem aquela vibe de vila, as pessoas são super simpáticas, recebem muito bem. É um sítio onde gosto de passar bastante tempo”, destaca o surfista.
Além disso, tanto Ericeira como Peniche são dois locais “que estão super focados para o surf, onde dinamizaram muito o turismo de surf, todas as infraestruturas para surfistas são impecáveis, há boas escolas de surf e há boas ondas”, finaliza.