O tribunal condenou, esta segunda-feira, oito dos 11 ativistas do movimento Climáximo a uma pena suspensa de ano e meio por atentado à segurança de transporte rodoviário, na sequência dos protestos que bloquearam a Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, em Lisboa.
Na leitura da sentença, o juiz considerou que não havia provas aos três elementos que estavam pendurados na ponte sobre a avenida.
Contudo, em relação aos restantes oito, o tribunal referiu a existência de “dúvida insanável” em relação ao crime de desobediência, mas condenou-os por impedirem a circulação, aplicando uma pena suspensa de ano e meio, que não pode ser substituída por multa ou trabalho em favor da comunidade.
Numa nota, enviada às redações, a porta-voz do grupo, Maria Mesquita, refere que este foi um “julgamento político” onde “a crise climática é deliberadamente excluída da sala de audiências”.
“Tem-se muitas vezes a pouca sorte de ter razão antes de tempo. Acontece com grandes causas, com aquela que hoje abraçam os jovens preocupados com a inoperância dos Estados no combate às alterações climáticas. A sua desobediência é, em si mesma, legítima. E talvez eles mais não façam do que lançar as sementes de um futuro acordar para os perigos que ameaçam o planeta”, lê-se no comunicado.
Maria Mesquita afirma que esta condenação é “um sinal” da repressão ao movimento por justiça climática que, a nível internacional, “se intensifica”.
“As empresas e os governos declararam guerra contra a Humanidade ao provocarem e continuarem a alimentar a crise climática. Sabemos que vão tentar esmagar toda a luta pela vida, mas não podem impedir os cravos de nascerem. As pessoas vão parar a destruição. Outro mundo é possível”, defende a ativista.