Cavaco Silva não vê drama em eventual chumbo de OE2025

Antigo chefe de Estado é contra eleições antecipadas e cita exemplo de Espanha que “viveu dois anos com duodécimos”.

O antigo Presidente da República Cavaco Silva afirmou, esta quarta-feira, que é contra a realização de eleições antecipadas e que acredita que o Orçamento do Estado para 2025 vai ser aprovado, mas que também não vê “nenhum drama” se, pelo contrário, for chumbado.

Em entrevista ao Observador, Cavaco Silva sublinhou que não defendeu ou sugeriu a realização de eleições antecipadas no seu artigo no Expresso.

“Sou contra as eleições antecipadas”, disse, esclarecendo que a sua intenção, com o que chamou de “texto pedagógico”, foi o de “ajudar os portugueses a pensar” nos vários cenários e qual deles contribuiria para “aumentar o bem-estar das famílias”.

Para o ex-Presidente, é “muito provável” que o  Orçamento do Estado venha a ser aprovado, mas também defendeu que é preciso desdramatizar um resultado diferente.

“Não há nenhum drama se não for aprovado. É importante aprovar, mas eu não tenho neste momento nenhuma indicação de que se concretize uma obstrução tão forte por parte dos partidos da oposição para que não sejam tomadas medidas que sejam positivas para o crescimento das variáveis que eu sublinhei”, afirmou, frisando que em alguns países da Europa é banal o chumbo de orçamentos, dando Espanha como exemplo, viveram “durante dois anos com duodécimos e ninguém morreu”.

Sobre a ida de António Costa para a presidência do Conselho Europeu, Cavaco fez questão de lembrar que não se trata de uma função executiva. Por outro lado, disse que o antigo primeiro-ministro “pode realizar bem essa função”. “Penso que prestigia Portugal e eu felicito-o”, acrescentou.