O Verão é a representação perfeita da diversão e do desprendimento. O calor, as praias, os corpos dourados e as roupas curtas. As grandes festas e as noites longas e quentes. Tudo isso rima com música e animação. Já assim era nos anos 60 e assim continuou até aos dias de hoje. Juntar praia e música por essa altura é falar obrigatoriamente de Beach Boys. Talvez os grandes embaixadores do aparecimento em força do Surf como desporto no estilo que todos conhecemos. As capas dos seus álbuns agarrados a uma prancha de longboard ( mais comprida dos que as habituais ) são ainda hoje sobejamente conhecidas, com a famosa “van” amarela. Era o tempo de Surfin USA, Good Vibrations, Surfin Safari, I Get Around ou California Girls, num estilo divertido e descontraído que faziam toda a gente dançar e traziam consigo um estado de espirito que liga na perfeição com a época do ano. Por essa altura despontavam em Portugal os “Sheiks”, ( confesso que para mim, “Missing You” é dos temas mais brilhantes que por cá se produziram ) e o Quarteto 1111 onde pontificavam nomes como José Cid bem antes da sua carreira a solo e onde se juntariam depois Tozé Brito e o guitarrista Mike Seargent.
Era praticamente o inicio das chamadas músicas de praia e dos sons de Verão. Outra das referências que ainda perdura chama-se Bob Marley. O jamaicano de longas rastas e canções sobre paz e amor colocou o estilo musical reggae no mapa e atraiu não só o público do surf como todos os que gostam de ouvir melodias deitados numa toalha ou a fumar uma… “Is this love”, “Jamming”, “Satisfy my Soul” ou “One love” foram algumas das sonoridades que ajudaram a tornar a combinação de praia e música quase perfeita. Por cá se nos 60 e inicio dos 70 ainda se ouviam The Beatles e Bee Gees e ganhavam força os bailes, foi na segunda década de 70 mas sobretudo nos anos 80 que o rock explodiu. Desde os Heróis do Mar e a sua “Paixão” que ainda hoje passa nas discotecas e festas portuguesas, os Táxi e “como tudo o que é coisa que promete” com a sua “Chiclete” ou os eternos “Jáfu´Mega” e a sua “Latin´América”. Os bailes começavam a dar lugar às discotecas e as músicas puxavam cada vez mais para a dança. Nessa altura ainda se podiam lançar uns piropos e galar as miúdas na praia ao som de uma boa música era um dos clássicos preferidos.
Com a abertura progressiva do mercado, após o 25 de Abril e as influencias que vinham lá de fora o Disco Sound irrompeu com força na rádio e nas pistas. É dessa altura o famoso Studio 54 em Nova Iorque que serviu de referência para tantos espaços que lhe seguiram mas que marcaram também uma época a nível musical. Mas disso falaremos para a semana.