Inês Sousa Real aposta tudo no regresso à agenda primordial do PAN, a agenda da proteção animal. Depois de não ter conseguido fazer regressar o partido às votações do tempo do seu antecessor André Silva, e de ser recorrentemente acusada de estar a descaracterizar o partido, Sousa Real procura marcar a agenda com causas próprias.
Esta quinta-feira, a líder do PAN esteve no distrito do Porto numa jornada dedicada a relembrar os quatro anos do incêndio da serra da Agrela, uma tragédia que ficou marcada pela morte de 70 animais alojados em abrigos ilegais.
«Infelizmente temos mais casos que têm vindo a ser identificados, noutros pontos do país (por exemplo nas cheias de Lisboa morreram animais afogados por estarem acorrentados e noutros locais temos relatos de animais que morreram carbonizados porque os abrigos são ilegais), e o que notamos é que não só a sociedade civil está mais desperta e vai denunciando mais frequentemente este tipo de situações, como também aquilo que era importantíssimo mudar, era garantir que as verbas que estão todos os anos previstas no Orçamento do Estado, que chegam de facto às associações».
Sousa Real garante que as verbas não estão a chegar ao destino e isso sente-se no terreno em prejuízo do bem estar animal. Esta foi a razão pela qual a líder do PAN dedicou todo um dia à defesa dos direitos dos animais no distrito do Porto, terminando com uma vigília à porta da Câmara em defesa de apoios aos cuidadores de animais.
Inês Sousa Real queixa-se da falta de ação e de resposta do atual Governo dando o exemplo do último debate do Estado da Nação, em que «Luís Montenegro mais uma vez não respondeu a um problema para o qual as famílias procuram resposta que é saber, quando é que o Governo vai pagar as ajudas que estão comprometidas no orçamento para o bem estar animal».
Questionada sobre se o Partido Pessoas Animais e Natureza está disponível para negociar com o Governo uma viabilização do Orçamento, Inês Sousa Real afastou por completo essa hipótese.