Adesão à greve dos médicos ronda os 70%

A presidente da Fnam exige uma “negociação séria e competente”, prometendo continuar a luta para além dos dois dias de greve que têm início hoje, caso não se ouça o “grito de alerta”.

A adesão à greve dos médicos que teve início esta terça-feira e se prolonga até quarta-feira ronda os 70%. De acordo com a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), há cirurgias e consultas canceladas em várias regiões do país.

“O panorama é de mais ou menos 70%. Há sítios com mais adesão e sítios com menos, mas ainda nos faltam alguns dados (…). É uma adesão bastante forte, o que é significativo tendo em conta a revolta que os médicos sentem”, disse Joana Bordalo e Sá.

A presidente da Fnam exige uma “negociação séria e competente”, prometendo continuar a luta para além dos dois dias de greve que têm início hoje, caso não se ouça o “grito de alerta”. 

Joana Bordalo e Sá, citada pela agência Lusa, diz não “entrar numa guerra de números, mas certamente haverá consultas e cirurgias programadas adiadas e todo transtorno causado por isto é responsabilidade do Ministério da Saúde da Ana Paula Martins que nada fez para negociar connosco”.

A responsável diz que a Fnam “não foi contactada pelo Governo recentemente” e acusou o Governo de ser “intransigente”. Segundo Joana Bordalo e Sá, “se este nosso grito de alerta não for ouvido e se o Ministério da Saúde não tiver essa razoabilidade e bom senso, a Fnam terá de continuar a lutar porque nós não desistimos de defender os 31.000 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dos quais 10.000 são internos e sobretudo um SNS com médicos”. 

A Fnam reivindica a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias, se gozadas fora da época alta.