PCP saúda reeleição de Maduro

Os comunistas repudiam as “manobras de ingerência nas eleições” e destacam que as eleições na Venezuela “constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos e cujos resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano”.

O Partido Comunista Português (PCP) admitiu, esta segunda-feira, que as eleições na Venezuela “reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano” e saudou a reeleição de Nicolás Maduro, e repudiou “manobras de ingerência” que visam “colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados”.

Os comunistas, em comunicado, entendem que as eleições na Venezuela “constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos e cujos resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano”.

“O PCP saúda a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas que alcançam mais uma importante vitória com esta eleição, derrotando o projeto reacionário, antidemocrático e de abdicação nacional”, lê-se na nota.

O partido liderado por Paulo Raimundo repudiou também aquilo que diz serem “manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, que foram amplamente propagandeadas”.

“O PCP denuncia as ações internas e externas que visem pôr em causa a legitimidade, colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados, à semelhança do que se verificou em anteriores atos eleitorais por parte das forças de extrema-direita golpista”, refere-se.

Os comunistas criticam a “reação do Governo português, alinhada com a política de ingerência dos Estados Unidos da América (EUA), da União Europeia (UE) e de quantos procuram animar a campanha promovida pela extrema-direita golpista”.

“O que se exige do Governo português é uma postura de respeito pela soberania e independência da República Bolivariana da Venezuela e da vontade do povo venezuelano livre e democraticamente expressa nas urnas – a postura que verdadeiramente defende os interesses de Portugal e do povo português, nomeadamente da comunidade portuguesa na Venezuela”, refere o partido.

O PCP relembra que, no passado, foram levadas a cabo um “rol de tentativas de golpe de Estado, de sabotagem económica, de operações de desestabilização e violência, de campanhas de desinformação, de boicote, não reconhecimento e tentativa de deslegitimação de atos eleitorais” que foram “promovidos pelos EUA e a extrema-direita golpista venezuelana, com o suporte da UE e de governos e forças políticas portuguesas”.

“O PCP insta ao fim das medidas coercivas impostas pelos EUA contra o povo venezuelano, que atingem igualmente a comunidade portuguesa na Venezuela”, acrescenta o partido, referindo-se ao “bloqueio económico e financeiro” ou ao “roubo de milhares de milhões de ativos” da Venezuela pelos Estados Unidos e outros países, “incluindo Portugal”.

Os comunistas referem ainda a sua “solidariedade com a luta do povo venezuelano, com o seu direito a decidir livremente e em paz o seu próprio destino, com a sua aspiração à construção de uma Venezuela de desenvolvimento, de justiça e progresso social, de paz e cooperação com os povos”.

Nicolás Maduro foi reeleito, na madrugada desta segunda-feira, com 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.