easyJet defende modernização do espaço aéreo europeu

Portugal surge em duas das cinco rotas consideradas mais ineficientes: os voos de Faro para o aeroporto de Gatwick, Londres, e as ligações entre o Porto e Genebra

A modernização do espaço aéreo europeu poderia poupar cerca de 200 milhões de libras (237 milhões de euros) por ano graças à redução do consumo de combustível. A estimativa é do presidente-executivo da easyJet e calculada à margem da apresentação de um estudo da companhia aérea de baixo custo.

O documento, apresentado esta quarta-feira, conclui que reformas operacionais na gestão do espaço aéreo europeu poderão eliminar mais de 10% das emissões poluentes anuais da easyJet, perto de 700 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) anuais.

Tendo em conta a poupança no combustível, Johan Lundgren disse que a redução de emissões poderia levar à poupança de cerca de duas libras no preço de cada bilhete (2,37 euros) e 200 milhões de libras (237 milhões de euros) em termos de custos operacionais anuais.

A análise apresentada pela easyJet, realizada com a ajuda de inteligência artificial, encontrou ineficiências resultantes do consumo excessivo e desnecessário de combustível e tempo de voo prolongado no espaço aéreo europeu. O estudo iidentificou o Reino Unido, Itália, França, Espanha e Suíça como os países com maior necessidade de melhorias.

Portugal surge em duas das cinco rotas consideradas mais ineficientes: os voos de Faro para o aeroporto de Gatwick, Londres, e as ligações entre o Porto e Genebra. O estudo critica um planeamento ineficaz do espaço aéreo na aproximação aos aeroportos que contribui para um excesso de poluição nas diferentes fases de voo, em especial na descida.

A easyJet defende uma reforma urgente do espaço aéreo europeu e a modernização operacional que permita rotas mais diretas e mais curtas, tornando a aviação mais eficiente e sustentável. Johan Lundgren, citado pela agência Lusa, explicou que o estudo foi feito para “dar aos decisores e políticos os factos e ajudá-los a alcançar os seus objetivos”.

O responsável disse que existe um consenso na Europa sobre esta questão, mas que alguns países ainda estão a resistir a ceder soberania a uma entidade central europeia.

Lundgren culpou a “burocracia desnecessária” para travar a reconfiguração dos corredores aéreos desenhados nos anos 1950, entretanto desatualizados pelas novas tecnologias.