O primeiro-ministro afirmou esta quinta-feira que saúda o sentido de responsabilidade do PS com o anúncio da viabilização do Orçamento do Estado para 2025 através da abstenção na votação anunciada pelo secretário-geral do socialista, Pedro Nuno Santos.
Luís Montenegro disse saudar “do ponto de vista democrático a viabilização deste instrumento para o programa do Governo”, uma vez que “nós fizemos um esforço muito significativo de aproximação às preocupações do PS”.
“Somos humildes e sabemos reconhecer que apesar de termos vencido as eleições, apesar do povo português ter escolhido um líder para o Governo, não temos maioria absoluta. Temos de garantir condições maioritárias para aprovar os elementos legislativos mais relevantes. Saúdo o sentido de responsabilidade do PS”, afirmou o líder do Governo em Bruxelas.
Também os outros partidos reagiram ao anúncio do líder socialista, com Inês Sousa Real, do PAN, a afirmar que a abstenção do PS “deve representar uma oportunidade para que em sede de especialidade se possa corrigir os retrocessos” do OE2025 em áreas como a proteção animal e do ambiente e também “em matéria de direitos sociais e humanos, como é o caso do combate à pobreza e à vulnerabilidade extrema”.
A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza apelou também a PS e PSD que, na especialidade, “deem oportunidade aos partidos que de forma construtiva têm sempre feito oposição, como é o caso do PAN”.
Já a Iniciativa Liberal (IL) considerou que “este é um mau orçamento que resulta de um entendimento entre o PS e PSD”.
“O país viveu um drama e Pedro Nuno Santos não consegue apresentar uma justificação. Andou a ensaiar uma fuga, para agora chegar a esta conclusão. Deve ter sido derrotado internamente. Do ponto de vista do país é um mau orçamento”, afirmou o presidente da IL.
“Ao contrário do PS, nós não anunciamos uma data e depois adiantamos essa data por pressão, como fez o PS. Isto é uma enorme fragilidade de Pedro Nuno Santos. Os argumentos que apresenta representam derrota, cedência. Tornou-se na guarda pretoriana da AD”, acrescentou Rui Rocha.
O Livre, por seu lado e pela voz do deputado Paulo Muacho, considerou que “este OE é negativo” mas o “Livre ainda não definiu o seu sentido de voto em relação a esta matéria” e respeita a “a posição do PS”.
Pelo PCP pronunciou-se a líder parlamentar para afirmar que os comunistas não “aceitam intervir com base na pressão e chantagem” da ideia de “ou há orçamento ou há eleições”.
Paula Santos considerou que Pedro Nuno Santos “determinou a sua disponibilidade para o agravamento da injustiça fiscal” e mostrou a “convergência do PS” com o Governo no “sentido do favorecimento dos grupos económicos, que é o que no essencial consta desta proposta de Orçamento”.