Já são conhecidos os resultados eleitorais em algumas regiões de Moçambique e há diferentes leituras. Tendo por base os resultados divulgados por algumas comissões distritais de eleições, o candidato Daniel Chapo e a Frelimo, partido que o apoiou, obtiveram mais de 50% dos votos na capital Maputo e em Nampula, dois dos maiores círculos eleitorais do país. O anúncio de vitória do partido que governa Moçambique desde a independência em 1975 provocou uma forte contestação da oposição, nomeadamente do Podemos e da Renamo, que alegam fraude eleitoral e exigem revisão dos resultados. No seguimento dessas queixas, as autoridades moçambicanas afirmaram que a votação decorreu dentro da normalidade e em segurança, mas a polícia registou 38 irregularidades eleitores e deteve 37 pessoas durante o processo eleitoral.
Cinco dias após as eleições, o candidato presidencial do Podemos, Venâncio Mondlane, afirmou que os resultados das eleições gerais divulgados nos últimos dias pelos órgãos eleitorais são uma «falsidade e uma fraude», e reafirmou-se «vencedor inequívoco das eleições de dia 9». Estas declarações provocaram uma reação de força da Procuradoria-Geral da República moçambicana, que intimou o político a abster-se de «agitação social e incitação à violência», acusando-o de crime de desobediência ao declarar-se vencedor nas eleições. Uma coisa que parece certa é a queda da Renamo e do seu candidato presidencial, Ossufo Momade, que perderam a liderança da oposição para Podemos e Venâncio Mondlane. A situação escalou nos últimos dias, com o candidato Lutero Simango, apoiado pelo MDM, a dizer que vai impugnar as eleições porque foram registadas «muitas irregularidades e manipulação». O apuramento dos resultados provinciais já terminou e o apuramento dos 154 distritos do país deve ficar concluído este fim de semana, e nessa altura ficará a conhecer quem é o novo Presidente da República de Moçambique e os 250 deputados à Assembleia Nacional e os 794 representantes das assembleias e governadores provinciais.