Há algum tempo, não muito distante, um jovem foi detido fora do flagrante delito e presente a Tribunal sob a acusação de terrorismo.
Havia publicado na sua página de uma rede social a intenção de levar a cabo um ataque na faculdade onde estuda, com o recurso a uma arma de fogo, cuja posse se veio depois a confirmar.
Não houve qualquer tentativa de pôr em prática o acto criminoso a que se propunha, não tendo estado ninguém, em momento algum, em perigo de vida.
Mas a simples ameaça foi o suficiente para ser julgado, sem apelo nem agravo, por actividades terroristas.
No presente, a grande Lisboa esteve a ferro e fogo durante uma semana, a agonizar com permanentes atentados de destruição de património estatal e privado, os quais provocaram já diversas vítimas civis inocentes, e sem que as forças de ordem pública conseguissem lograr pôr cobro a essa onda de violência.
Quase uma dezena de autocarros de passageiros foram destruídos, primeiro roubados e posteriormente incendiados, resultando ferimentos muito graves em pelo menos três pessoas.
Num desses autocarros, foi lançado um cocktail molotov para cima do motorista, que sobreviveu milagrosamente, mas vai ficar com marcas terríveis no corpo para o resto da vida.
Noutro, dois passageiros, aquando do roubo do veículo, foram esfaqueados, um deles com sete facadas.
Largas dezenas de viaturas particulares foram já incendiadas, em diversos pontos da grande Lisboa, ficando os seus proprietários a arcar com dívidas insuportáveis para os seus parcos salários, sendo que muitos dos lesados, talvez até a maioria, residem em bairros periféricos a paredes-meias com os criminosos que lhes infernaram a vida.
Dois jovens foram selvaticamente esfaqueados, apenas por terem tentado apagar um fogo que fora ateado pelos meliantes.
A repórter de uma televisão só não foi linchada em plena rua, porque uns bravos cidadãos a resgataram, recolhendo-a dentro das suas casa.
Já se perdeu a conta aos caixotes de lixo públicos e a estruturas de paragens de autocarros que arderam na totalidade.
Foram disparados tiros contra um carro-patrulha da PSP, não tendo nenhum deles atingido um dos agentes por obra e graça, certamente, da protecção divina.
Um objecto incendiário foi lançado contra uma esquadra da PSP, não provocando feridos, ou mesmo mortos, por mero acaso.
Apesar dos responsáveis políticos deste outrora pacato burgo não se cansarem de passar a mensagem de que a situação já se encontra controlada, a verdade é que o rastilho destes incidentes, de extrema gravidade, pode reacender a qualquer momento, sendo mesmo previsível que se possam estender a outras zonas do País e com o recurso a métodos bem mais violentos.
No entanto, até ao momento as autoridades, policiais, mas também, e sobretudo, as políticas, jamais ousaram pronunciar a palavra terrorismo, persistindo na absurda tese de que se tratam somente de simples distúrbios, os quais tiveram a sua génese na morte de um cidadão negro às mãos da Polícia.
De quase todos os quadrantes políticos, procura-se afirmar uma cultura de desculpabilização destes jovens criminosos, assente na convicção de que os actos com que se têm entretido encontram as suas raízes na revolta pelo que consideram um injustificado homicídio de um dos seus, com a gravidade de cometido por um agente policial, e também pelo facto da sociedade os ter condenado a uma vida marginal.
As competentes autoridade policiais estão na posse de elementos suficientes que ligam este clima de violência a dois grandes grupos criminosos, constituídos, ambos, por largas centenas de delinquentes, parte considerável deles com ramificações a redes de tráfico de droga, e havendo uma clara motivação política por detrás das suas acções, sabendo-se terem sido difundidas instruções aos seus membros para que a cidade de Lisboa seja tomada de assalto por uma onda de tumultos e de pânico generalizado e sistemático.
É de terrorismo com que estamos a lidar, apesar de o Estado continuar, teimosamente, a assobiar para o lado, recusando-se a aceitar o óbvio.
A esquerda libertária e radical, tendo como cabeça de cartaz os bloquistas e a facção mais vermelha dos socialistas, puseram-se, de imediato, na linha da frente dos incendiários, lançando cada vez mais achas para uma fogueira que logo se vislumbrou incontrolável.
Na própria noite em que se iniciaram os distúrbios, foram várias as vozes que se fizeram ouvir em todas as televisões, sem excepção, a tomar partido pelos desordeiros, creditando-lhes razão na revolta em que se embrenharam.
A menos credenciada das gémeas bloquistas, cujas opiniões sobre terrorismo são explanadas com conhecimento de causa, pois desde tenra idade conviveu, no seio familiar, com essa realidade, serviu-se do palco que uma televisão lhe concedeu para vomitar ódio aos portugueses, acusando-os de serem racistas, epíteto com que igualmente catalogou todos os polícias, sentenciando que estes entram a matar quando têm que intervir no bairro onde os incidentes tiveram o seu início, bem como em todos os outros em que a maioria dos residentes são de raça negra.
No dia seguinte, o seu chefe de fila no parlamento, e mais tarde a própria líder e a criatura que se mudou para Bruxelas, reiteraram todas as suas raivosas palavras, insistindo na tese de que o racismo está entranhado não só dentro das forças de segurança, mas também na sociedade portuguesa, no seu todo.
Ainda ontem, num debate televisivo e quando pressionada pela moderadora para responder se condena o comportamento desordeiro que se instalou nas ruas lisboetas e seus arredores, a anterior líder bloquista revelou-se incapaz em o admitir, refugiando-se nas razões que alegadamente estarão por detrás destes violentos protestos.
Políticos, comentadores televisivos e escribas jornaleiros, todos ao serviço da cultura de esquerda que tem vindo a provocar irreparáveis fracturas no seio da sociedade, têm-se multiplicado, desde então, a espalhar este tipo de ódio, oferecendo, desse modo, cobertura a quem está fortemente empenhado em disseminar o caos nas ruas portuguesas.
Há, no entanto, uma verdade que tem sido grosseiramente escamoteada por praticamente todos os sectores com relevância política: a morte ocorrida no Zambujal não foi a causa para as desordens públicas que se seguiram, mas sim o pretexto!
Os movimentos terroristas que lançaram o pânico na região de Lisboa durante uma semana, já anteriormente referenciados pelas autoridades policiais, limitaram-se a aproveitar a oportunidade que lhes foi oferecida para porem em prática uma onda de violência há muito programada.
E, apesar da aparente acalmia que agora reina, sabemos bem que os gangues terroristas somente desarmam depois de desmantelados, pelo que a ameaça persiste e, a não ser que, entretanto, sejam adoptadas medidas severas de prevenção, a breve prazo teremos de conviver, novamente, com a realidade de uma rebelião destruidora.
Quando nos confrontarmos com essa situação, é bom que se tenha presente que o terrorismo não se combate com paninhos quentes, mas sim com o recurso a meios letais!
Pedro Ochôa