O deputado da Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, queixou-se esta sexta-feira da falta de apoio por parte do partido, nomeadamente na divulgação dos seus conteúdos em vídeo. “Nunca pedi ao partido para não publicar conteúdo meu. Antes pelo contrário, como qualquer deputado, até agradeço porque a conta do partido tem um alcance muito maior do que qualquer conta individual. A certa altura, percebi que os meus especificamente estavam a ser desmazelados, onde até faltava alguma edição básica que ajuda a popularizar, como legendas”, diz numa mensagem partilhada num grupo de Whatsapp da IL, a que o Nascer do Sol teve acesso.
E acrescenta: “Quem compare a edição dos meus vídeos publicados pelo partido com, por exemplo, os do Bernando perceberá facilmente a diferença de edição”.
Ainda assim, diz que passou a assumir a edição dos vídeos, a partir do momento em que a equipa de edição disse que não tinha capacidade. “Ofereci-me, nessa altura, para editar os vídeos antes de serem publicados – admito que os meus podem dar mais trabalho devido aos meus problemas de dicção – e foi acordado com o presidente do partido fazê-lo”.
No entanto, Carlos Guimarães Pinto reconhece, no grupo de Whatsapp, que, a partir daí, não têm sido pedidos vídeos com a mesma frequência e que a última vez que o fez demorou três semanas a ser publicado. “Hoje não uso de todo os recursos de vídeo do partido. A última vez que a equipa de vídeo do partido fez um vídeo meu não o publicou durante três semanas. Foram dadas ordens de cima ao videografo para partilhar o vídeo comigo para que eu próprio o pudesse publicar. Acabaram por o publicar com erros três semanas já depois de o tema ter passado e com erros. Foi apagado pouco depois “, apurou o nosso jornal.
E aos militantes do partido deixa um recado. “Quem me conhece desde 2009 sabe que desde que saí do partido nunca me envolvi nas questões internas do partido. Nem sequer em 2019 quando houve umas eleições nominais para o Conselho Nacional em que me foi pedido que apoiasse alguns amigos, algo que rejeitei, porque achava genuinamente que eles deveriam ser eleitos por mérito próprio”, garantindo que atualmente continua a partilhar a mesma opinião.
No entanto, admite que essa opção criou-lhe dores de cabeça. “Infelizmente esta tomada de posição valeu-me um conjunto de problemas internos, nomeadamente com a equipa de comunicação”, acrescentando que neste momento faz o seu trabalho “quase sem apoio de assessores e sem apoio da equipa de comunicação “, lembrando que isso ocorre há quase dois anos, desde a disputa interna.
Mas, apesar das críticas, Carlos Guimarães Pinto refere que desde que mantenha a sua liberdade mantém-se na IL. “Tanto o partido como o grupo parlamentar não me restringem naquilo que eu digo ou faço”, acrescentando que “não é a situação ideal mas enquanto continuar assim, continuarei a fazer o meu trabalho “.
E não hesita: “Vivo bem com isto, desde que me deixem exprimir em liberdade, o que tem sido o caso. Não é o ideal, mas é o equilíbrio possível que penso ser positivo para o partido e para mim. Enquanto me quiserem, cá estarei”.
