Uma idosa utente de um lar em Castelo de Vide morreu na segunda-feira devido a paragem cardiorrespiratória, após cerca de hora e meia de espera por socorro.
Segundo o presidente da Fundação Nossa Senhora da Esperança foram feitos dois telefonemas para a linha de emergência 112, mas não foi possível acionar o socorro.
“Do número fixo do lar, ligámos, mas nunca atenderam do 112”, tendo ainda havido “outro telefonema para o 112, a partir do telemóvel da diretora do lar, que foi atendido, mas a chamada caiu”, explicou João Palmeiro.
O responsável, de acordo com a agência Lusa, considera a situação de “total gravidade, porque foi uma vida que se perdeu, face à impotência que existiu para socorrer a utente”.
A morte da idosa, de 86 anos, foi noticiada pela SIC Notícias. Segundo a qual, “os pedidos de socorro para o 112 não tiveram resposta e os meios diferenciados só chegaram ao local quase uma hora e meia depois”.
Segundo João Palmeiro, como “não era possível contactar o 112”, a instituição optou “depois por fazer um contacto para os Bombeiros de Castelo de Vide”, os quais “acionaram meios de socorro”. “Os próprios bombeiros é que conseguiram falar com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)” do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Os técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) estão em greve às horas extraordinárias, desde quarta-feira, para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, situação que está a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.
Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.
Depois de o STEPH ter denunciado no fim de semana dois óbitos por atrasos no atendimento na linha de emergência – que levou o Governo a anunciar uma auditoria ao INEM – , o jornal Público noticiou esta quarta-feira que não foi atendido o pedido de socorro de uma idosa que se sentiu mal no Tribunal de Almada e foi transportada pela PSP para o Hospital Garcia de Orta, onde acabou por morrer.