Moçambique. Pelo menos três mortos e 66 feridos em confrontos

Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 9 de outubro em Moçambique, anunciou que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral

Pelo menos três mortos e 66 pessoas ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e a polícia na quinta-feira, oitavo dia das greves convocadas por Venâncio Mondlane. A informação foi revelada esta sexta-feira pelo Hospital Central de Maputo (HCM), maior unidade do país.

“Ontem, dia 07, [quinta-feira] em todas as nossas portas de entrada tivemos um cumulativo de 138 admitidos, dos quais a urgência de adultos teve 101 pacientes. Dos 101 pacientes, 66 foram vítimas dessas manifestações e os restantes foram por outras causas”, disse o diretor do Serviço de Urgência de Adulto no HCM. 

Dados apresentados pelo responsável dão conta de que pelo menos três pessoas perderam a vida na quinta-feira, em resultado das manifestações. 

“Dos 66 feridos, tivemos 57 possivelmente com lesões causadas por armas de fogo, quatro por queda, três por agressão física e dois feridos com armas brancas”, acrescentou Dino Lopes à comunicação social. 

O diretor do Serviço de Urgência de Adulto no HCMA adiantou ainda que do total dos feridos, quatro pacientes encontram-se em estado grave. Destes, dois necessitaram de intervenções cirúrgicas e um encontra-se sob cuidados intensivos.

O anúncio da vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para quinta-feira, 7 de novembro.

Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 9 de outubro em Moçambique, anunciou que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.