O presidente da Iniciativa Liberal (IL) repudiou esta sexta-feira a falsificação de assinaturas assumida pelo militante Tiago Mayan. Rui Rocha revelou que já foi aberto um processo disciplinar que poderá culminar na expulsão do partido.
Tiago Mayan, presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, antigo candidato presidencial apoiado pela IL e rosto da oposição interna à atual direção de Rui Rocha, assumiu ter falsificado as assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense.
“Quero manifestar aqui o repúdio total pelos factos de que tivemos conhecimento. Na Iniciativa Liberal não temos complacência com este tipo de situações”, afirmou o líder da IL. Rui Rocha revelou que já foi iniciado um processo disciplinar “para apurar responsabilidades e determinar consequências”.
“Olhando para a gravidade dos factos pode ir até uma expulsão do partido. No limite, é aquilo pode estar em causa, confirmando-se os factos e havendo essa confissão. Volto a dizer, são factos graves que eu, pessoalmente, enquanto presidente da Iniciativa Liberal, e o partido repudiamos totalmente”, reforçou o presidente liberal.
Para o presidente da IL, estas condutas são inaceitáveis e, além do processo disciplinar para apurar as responsabilidades, há também matéria criminal. “Ninguém está acima da lei, muito menos alguém que tem responsabilidades de cargos públicos. Portanto, havendo aparentemente a possibilidade de terem sido praticados atos de relevância criminal, aquilo que deve acontecer é as entidades judiciais fazerem o seu trabalho, investigarem e agirem em conformidade”, sublinhou, citado pela agência Lusa.
Rui Rocha afirmou ainda que nenhuma organização ou partido pode dizer que situações destas não vão acontecer. “O mais importante é como é que as organizações reagem a estas situações e a reação da Iniciativa Liberal e do seu presidente é de repúdio total pelos atos praticados e que aparentemente constam até de uma ata e foram já confessados pelo senhor Tiago Mayan”, acrescentou.
Em causa está uma ata da reunião do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, de 16 de setembro, que terá sido elaborada e falsificada por Tiago Mayan. “Essa ata não foi elaborada pelo júri, nem tão pouco assinada pelos mesmos, tratando-se de um documento falso com assinaturas apostas por outra pessoa”, lê-se na ata da reunião.
Quando confrontado com o documento, Mayan confirmou “que foi ele que elaborou o documento e colocou as assinaturas, atribuindo a si próprio tal responsabilidade, isentando de qualquer culpa todos os restantes membros do seu executivo e colaboradores”.